Comandante da PM insinua que Corinthians abriu CT para organizados

O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Benedito Roberto Meira, insinuou que o Corinthians abriu o CT Joaquim Grava para a torcida organizada no episódio da invasão, há uma semana e meia. Em entrevista à Jovem Pan, ele reforçou ainda a explicação sobre o fato de ninguém ter sido detido após a confusão.

“Eles invadiram por um alambrado, que nós imaginamos que não houve invasão. Nós entendemos que eles entraram no portão da frente”, disse Meira, que em seguida foi questionado se os torcedores teriam sido “convidados”. “Eles entraram pelo portão da frente, você sabe como é a relação de torcida organizada com os clubes”, disse o coronel, sem deixar claro se crê que o Corinthians autorizou a invasão.

No dia fatídico, os policiais militares já estavam no CT quando a invasão começou, mas do lado de fora, onde havia um protesto pacífico. Quando foram chamados para a área interna, segundo Meira, os oficiais não viram a violência relatada pelos funcionários e dirigentes corintianos.

“Ninguém estava depredando nada, ninguém quebrando nada, ninguém estava ameaçando ninguém”, disse Meira, repetindo a versão oficial emitida por nota ao UOL Esporte na última semana, incluindo que o clube não denunciou nenhuma violência mais grave.

“Quando os policiais chegaram dentro do CT, um funcionário explicou o que estava acontecendo. Ninguém apontou para a tenente o que havia acontecido, que os jogadores tinham sido ameaçados, espancados ou agredidos. Quando ficaram apenas cinco, foi aí que o funcionário falou que haviam sido furtados alguns celulares e danificados um veículo. Ela perguntou: ‘Você sabe quem foi?’ Ele disse: ‘Não tenho condição de apontar’”, relatou Meira.

O clube admite que, de fato, não informou os furtos e depredações à PM enquanto os vândalos ainda estavam no local. A insinuação de que eles teriam entrado sob anuência do Corinthians, porém, é uma novidade. A versão apresentada pelo clube é que os torcedores entraram de surpresa, usando buracos feitos na cerca do CT e pulando os muros, ao contrário do que indicou o comandante.

"Isso não procede, o coronel deve ter se confundido. As únicas pessoas que entraram franqueadas por nós foram três líderes de torcida, já ao fim da confusão, que participaram da conversa com a diretoria e com o técnico Mano Menezes. A invasão se deu por buracos feitos na grade, como os jornalistas e os próprios policiais viram no dia", disse Valmir Dutra, chefe de segurança do Corinthians.  

*Atualizada às 15h58