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Polícia prende 3 torcedores corintianos em operação nas organizadas

Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo *

20/02/2014 07h29

* Texto atualizado às 14h29

Três torcedores do Corinthians foram presos nesta quinta-feira em operação da polícia nas sedes das organizadas do clube. Dois deles tinham prisão preventiva determinada pela Justiça por invadir o CT corintiano no último dia 1º de fevereiro. Eles são ligados à torcida Camisa 12 e Pavilhão 9. O outro torcedor foi preso em flagrante em uma das sedes por portar drogas, explosivos e arma.

Os três corintianos ficarão presos por cinco dias, podendo ter o período de reclusão aumentado. Entre Tarcisio Baselli Diniz, Gabriel Monteiro de Campos e Danilo dos Santos Gomes, dois têm antecedentes, sendo que o último foi detido em flagrante.

Três torcedores com prisão preventiva decretada permanecem foragidos, sendo que um deles - Tiago Ferreira - esteve preso na Bolívia, no ano passado, acusado de ligação na morte do boliviano Kevin Espada. Segundo a assessoria da Polícia Civil, o advogado de Tiago se apresentou na última quarta e informou que o seu cliente vai se apresentar aos oficiais, embora não tenha dito quando.

"A Justiça tem de ser mais dura. Esperamos contar com o apoio do Corinthians e do Poder Público na identificação e punição de outros torcedores", afirmou a delegada que investiga o caso, Margarete Barreto.

A investigação da Polícia Civil está em curso desde a invasão, mas foi prejudicada pela falta de provas. No dia do ocorrido, apenas duas das 20 câmeras do CT estavam funcionando. O Corinthians, em uma avaliação preliminar, disse que parecia uma falha técnica. As autoridades, porém, ainda trabalham com a hipótese de que o desligamento tenha sido manual. 

"A gente está investigando todas as possibilidades, inclusive se foi boicotada por alguém de dentro. Em uma casa simples, às vezes tem dois servidores fazendo monitoramento. Imagine um centro de treinamento, com jogadores tão valiosos. Eram para estar funcionando", disse Margarete ao Sportv

Mesmo sem todas as imagens, porém, os oficiais avançaram na investigação. Inicialmente,13 corintianos foram detidos nesta quinta. Horas depois, dezenas de torcedores ligados a torcidas uniformizadas também foram levados à polícia. A grande maioria dos torcedores já foi liberado.

Foram apreendidos computadores e documentos. Os torcedores e os materiais das organizadas foram encaminhados ao DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa).

A ação da polícia começou por volta das 4h da manhã, obedecendo a mandados de busca e apreensão. A polícia também encontrou cerca de 3 mil dólares na sede da Gaviões. Segundo o advogado da Gaviões, Ricardo Cabral, o valor encontrado é oriundo de uma remessa vinda da subsede do Japão.

"A polícia cumpriu mandado de segurança e apreendeu computadores na sede da Gaviões. Sempre nos colocamos à disposição da polícia. A secretária e um tesoureiro também foram ouvidos pela polícia para dar mais informações sobre o procedimento adotado pela Gaviões", destacou Ricardo Cabral ao UOL Esporte.

Na quadra da Camisa 12, foram apreendidos mais R$ 18 mil. Segundo a organizada, o valor é proveniente da venda de ingressos. No mesmo local, os policiais encontraram rojões modificados para se tornarem mais perigosos. 

A polícia disse ter identificado pelo menos 20 pessoas nas mais de dez fotos do ocorrido que analisou. Os torcedores foram acusados de dano ao patrimônio e agressão física. Na denúncia feita pelo presidente do Corinthians, Mario Gobbi, foram relatadas agressões contra o atacante Paolo Guerrero e o médico Joaquim Grava, além do roubo de três celulares e danos ao carro de Paulo André.

No caso ocorrido em 1º de fevereiro, cerca de 100 torcedores invadiram o CT Joaquim Grava, localizado na Zona Leste de São Paulo. Houve agressões - inclusive a jogadores, como Paolo Guerrero -, celulares roubados e destruição de patrimônio do clube. Apesar da presença da Polícia Militar, ninguém foi preso na ocasião.