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Palmeiras vai precisar de ajuda de vizinhos para identificar vândalos

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

21/03/2014 06h01

O Palmeiras poderá ajudar pouco a Polícia Militar a identificar os invasores que depredaram a sede do Avanti, seu programa de sócio-torcedor, que comercializava ingressos para o clássico contra o Santos. Isso porque o escritório ficava em um local improvisado e não havia nenhuma câmera de segurança.

A informação foi dada pelo delegado titular da 23ª Delegacia de Polícia, Percival Alcântara. Segundo ele, o máximo que o clube poderá fazer é ajudar na identificação em possíveis imagens que serão fornecidas por câmeras de prédios e estabelecimentos vizinhos e por depoimentos de funcionários. 

“Nós ainda não identificamos os invasores, mas vamos começar a partir de amanhã (sexta-feira) algumas oitivas e também algumas identificações por meio de câmeras vizinhas. O problema é que o Palmeiras informou que não há nenhuma câmera de segurança no local. Isso significa que o clube precisará ajudar a gente de outra forma”, explicou Percival.

O delegado afirmou que os depoimentos prestados indicam que um grupo de 20 pessoas foi responsável pela depredação do local e por quebrar computadores, mesas, cadeiras e acabar com o sistema de venda de ingressos. Ele ainda afirma que a única tentativa de agressão não foi bem sucedida.

Já o Palmeiras afirmou, por meio de seu presidente, Paulo Nobre, que o grupo de agressores se restringe a três pessoas. Apesar dessa enorme divergência no número de vândalos, ambos concordam na hora de afirmar que não houve furto de ingressos, tampouco de dinheiro que estava na sede. Até por isso, o Boletim de Ocorrência registrado na delegacia foi apenas de dano. Com investigações posteriores, o time pode até fazer um boletim complementar caso queira adicionar informações.

Nobre ainda ressaltou que confia em uma punição dos envolvidos e minimizou o fato dos invasores do CT do Corinthians acabarem identificados, mas liberados pela Justiça. 

O presidente palmeirense diz que é difícil afirmar se o ataque à sede partiu de membros de organizadas. Torcedores que passaram pelo local, no entanto, relataram que várias das pessoas que estavam na fila usavam camisas de uniformizadas.


Como resposta aos atos, Paulo Nobre afirmou que não mudará uma vírgula de sua gestão, especialmente no que faz referência à relação com seu torcedor. Ele tem convicção de que o certo é valorizar o sócio-torcedor que está em dia e faz uma analogia com os sócios do clube.

“Ninguém é obrigado a ser sócio-torcedor para ir ao estádio, mas aquele que quiser usufruir dos benefícios, precisará ser sócio. Aquele que quer nadar na piscina do Palmeiras, por exemplo, precisa ser sócio do clube”, explicou. 

Além disso, os ingressos que ainda não haviam sido comercializados seguirão fora de circulação e não irão para a mão dos torcedores, nem mesmo para os sócios do Avanti.

Na quarta-feira, o Palmeiras começou a venda apenas para os torcedores que estavam bem colocados no ranking de presença do Avanti. Nesta quinta, a venda era aberta para todos os que são sócios, independentemente da colocação na lista de ida ao estádio. Caso ainda houvesse entradas disponíveis, a venda seria disponibilizada para sócios do clube posteriormente.