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Trabalho de escola feito pela mãe e meia idolatria a Sheik. Conheça Malcom

Malcom, atacante do Corinthians, ainda está se acostumando a vida de jogador profissional - Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians
Malcom, atacante do Corinthians, ainda está se acostumando a vida de jogador profissional Imagem: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

31/03/2014 13h25

Malcom, aos 17 anos, é uma das escassas opções de Mano Menezes para o ataque do Corinthians. É, além disso, aluno do segundo ano do Ensino Médio, e sua para conciliar as duas atividades. Em uma entrevista que serviu para que ele se apresentasse à torcida, o atacante contou, entre outras coisas, que a mãe o ajuda nas tarefas da escola e que o colega Emerson Sheik é um de seus ídolos. Ao menos nos gramados.

“Primeiro Neymar e segundo Sheik”, disse o jovem atacante ao responder de quem é fã. “O Sheik?”, pergunta um repórter. “Não fora, em campo”, emenda Malcom, arrancando risadas dos jornalistas pela espontaneidade. Em seguida, ele tentou se explicar.

“Porque ele é um cara rápido que parte para cima, que nem o Neymar. E fora eu não sei, não conheço ele direito. Então não posso dizer”, disse ele.

Emerson está em baixa no Corinthians atualmente. O clube quer negociá-lo e ele se recusa. Nesta segunda, o atacante sequer apareceu no CT Joaquim Grava, alegando problemas familiares e criando um clima pesado, bem diferente daquele descrito por Malcom em sua primeira entrevista coletiva como jogador profissional.

“Aqui é bem diferente. Lá na base não passam confiança como aqui. Você pensa que vai ficar mais no canto, mas não. Todo mundo te dá conselho, te ajuda. Na base é um querendo derrubar o outro que é da mesma posição”, disse Malcom.

O jovem, que tem o nome inspirado no líder negro norte-americano Malcom X, subiu para os profissionais quando ainda tinha 16 anos. Virou o “filho” do zagueiro Gil, já tietou Paolo Guerrero para uma amiga e diz se divertir na “resenha” com os companheiros de ataque. O problema é que ele ainda não se livrou das responsabilidades típicas de um adolescente da sua idade.

“Vou pouco à escola, não tem dado tempo. Procuro ir pelo menos duas vezes por semana. Os professores agora estão entendendo mais, passam trabalho por email. Às vezes eu peço para minha mãe ou a minha irmã fazerem, porque não consigo”, diz Malcom, com ar inocente e aos risos.

O atacante está aprendendo aos poucos a lidar com a fama que passou a ter mesmo depois de apenas dois jogos no time. Diz que meninas que nunca deram bola antes vieram procurá-lo, sofre por não poder mais participar das peladas com os amigos próximos e também estar mais distante da namorada. “Ela sabe que eu sou fiel”, ele faz questão de ressaltar.

Quem olha para os pés descalços do atacante, porém, percebe que ele ainda é só um adolescente. A única tatuagem de Malcom é a de uma bola, pequena e com um estilo meio infantil, com o desenho de uma estrela dentro. A imagem é copiada do filme Toy Story, em que uma bola azul, amarela e com uma estrela vermelha faz parte dos brinquedos do garoto Andy.

“Foi um teste. Eu tenho tendência a ter queloide [lesão por má cicatrização da pele], então fui fazer uma pequena no pé para ver como ficava. Escolhi a bola porque minha mãe diz que eu nasci com a bola no pé, que chutava ela desde que estava na barriga. Aí fiz a bola no pé”, disse Malcom, que agora quer os nomes dos avós, Edson e Sônia, nos antebraços, e o rosto da mãe nas costas.