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Após eliminação, oposição do Palmeiras questiona empréstimos de Paulo Nobre

Do UOL, em São Paulo

04/04/2014 06h00

Eliminado do Paulistão e classificado na primeira rodada da Copa do Brasil, o Palmeiras terá agora 17 dias sem entrar em campo. Enquanto Gilson Kleina ajusta a equipe para o resto da temporada, o intervalo deve acirrar os ânimos políticos no clube: a oposição apresentou um requerimento cobrando explicações do presidente Paulo Nobre.

O autor do pedido foi o grupo União Verde e Branca, que conta com o ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo e o ex-diretor Wlademir Pescarmona. O alvo é a quantia emprestada pelo mandatário atual ao clube: Nobre, desde o ano passado, pega empréstimos junto a bancos e repassa ao Palmeiras. Até o final de 2013, o balanço contabilizava R$ 75 milhões.

O Comitê de Orientação e Fiscalização (COF) já estima que, até o final de 2014, sejam necessários mais aportes, levando o valor a até R$ 130 milhões, para manter as finanças do clube em ordem.

O requerimento apresentado exige que a diretoria alviverde apresente uma série de informações sobre as operações que não foram disponibilizadas: nome, CNPJ e informações das entidades que emprestaram o dinheiro; quantos contratos, e qual o valor de cada um; quais são os prazos, juros e taxas; se alguma garantia do clube foi dada e registro, caso trate-se de capital estrangeiro.

O documento foi enviado na segunda-feira a Nobre, ao presidente do Conselho Deliberativo, Antonio Augusto Pompeu de Toledo e ao COF, onde já foi debatido. Ele pede respostas no prazo de dez dias – caso elas não venham, a promessa é da convocação de uma reunião extraordinária do conselho para exigir as explicações.

O presidente palmeirense já foi questionado sobre os repasses no passados, e tranquilizou membros do COF. Cofistas afirmaram ao UOL Esporte terem ouvido de Nobre que, mesmo após deixar a presidência do clube, não terá nenhuma pressa para ser ressarcido. Além disso, que não cobrará juros do Palmeiras.

Os empréstimos não são a única preocupação dos oposicionistas. Diante da expansão do programa de sócio torcedor alviverde, o Avanti, foi enviada a sócios do clube uma mala direta, afirmando posicionamento contrário à possibilidade de que associados Avanti tenham direito a voto nas eleições presidenciais palmeirenses no futuro próximo.

Hoje, o Avanti tem prioridade na compra de ingressos sobre torcedores comuns, o que gerou revolta nas organizadas. No último dia 20, uma das lojas do programa foi depredada durante a venda de bilhetes para o clássico Palmeiras e Santos, pelo Paulistão.

As próximas eleições no Palmeiras serão diretas, mas, pelas regras estatutárias, estão autorizados a votar apenas os sócios do clube social, e não os membros do programa de sócio torcedor.

O cenário político pode pegar fogo nos próximos dias, dependendo da resposta do presidente ao requerimento, que deve ocorrer na semana que vem. Futebol, só na estreia no Brasileirão, diante do Criciúma, fora de casa, no dia 20 de abril.