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Liderança de Bolívar já ajudou Bota e Seedorf, mas pode ser motivo de saída

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

15/04/2014 06h07

Bolívar chegou ao Botafogo no início de 2013 e precisou de pouco tempo para se tornar o principal líder do elenco. Engajado, ele bateu de frente com a crise financeira e até mesmo evitou um processo de ‘fritura’ de Seedorf, que já incomodava alguns companheiros por conta da difícil convivência. Porém, a mesma postura que foi elogiada em alguns momentos, poderá ser o motivo para a rescisão do seu contrato com o Alvinegro.

Bolívar, no entanto, não era o único líder do elenco. Mas o mais influente. Até mesmo quando Seedorf estava no Botafogo era o zagueiro quem tinha a voz mais ativa entre todos os jogadores. Entre as conquistas conseguidas para o elenco estão o veto à concentração, além de o cancelamento de um treinamento durante os protestos contra os salários atrasados.

No ano passado, alguns jogadores estavam cansados de aturar as cobranças de Seedorf e começaram a falar mal do holandês. Bolívar escutou e agendou uma reunião com todo o elenco e pediu para os ‘fofoqueiros’ que falassem na frente do agora treinador do Milan-ITA. Tudo foi resolvido com uma conversa e evitou que Seedorf fosse ‘fritado’ por um grupo de atletas.

Seu engajamento criou novos líderes, como Jefferson e Marcelo Mattos, por exemplo. Os dois estavam no Botafogo há mais tempo, mas não exerciam sua liderança. Após as chegadas de Seedorf e Bolívar, os dois se conscientizaram e passaram a cobrar. E isso pode ter salvado a pele de Bolívar no Alvinegro.

Antes do treinamento da última segunda, os jogadores, liderados por Jefferson e Marcelo Mattos, pressionaram os dirigentes, que já haviam comunicado Bolívar  da decisão de mandá-lo embora. Revoltados, os atletas cobraram a diretoria e devem conseguir reverter o quadro.

Nos bastidores, a diretoria sempre elogiou a postura do elenco, que fazia suas exigências mas cumpria sua parte dentro e fora de campo. Tudo caminhava da melhor maneira possível enquanto os resultados eram favoráveis. Bastou o time entrar em crise para o quadro mudar completamente.

Com as eliminações do Campeonato Carioca e Copa Libertadores, a diretoria se viu pressionada e na obrigação de realizar uma verdadeira reformulação no futebol. Ela teve início com o técnico Eduardo Hungaro, que voltou ao cargo de auxiliar. Henrique deu sequência e se transferiu para o Bahia por empréstimo até o fim do ano.

Bolívar poderá ser o próximo da lista, mas a pressão dos atletas deverá, de fato, salvar sua pele. O jogador terá uma reunião na manhã desta terçpa-feira com o presidente Maurício Assumpção para definir sua situação no clube.