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O que mudará no futebol do São Paulo com Carlos Miguel Aidar?

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

16/04/2014 06h00

Carlos Miguel Aidar será eleito presidente do São Paulo na noite desta quarta-feira. A diferença de 30 votos de vantagem, antes esperada, será maior porque o oposicionista Kalil Rocha Abdalla verá parte de seus aliados boicotar a eleição para tentar barrar novamente o projeto de cobertura do Morumbi, que será votado na mesma reunião que nomeará o sucessor de Juvenal Juvêncio. A partir de quinta-feira, então, o futebol do São Paulo começará a adquirir características completamente diferentes: haverá um novo organograma, com poder descentralizado e delegado a dirigentes setorizados.

Contrário ao modo como Juvenal governou nos últimos oito anos, Carlos Miguel Aidar não quer cuidar de todos os detalhes do futebol. A ideia do novo presidente é ficar responsável apenas pelos temas principais. Segundo o próprio Aidar, o organograma planejado prevê que o vice-presidente de futebol – cargo que agora será muito mais político do que executivo – e o diretor de futebol tenham autonomia para tocar o departamento sem informar o presidente de cada passo.

Enquanto o vice desempenhará função mais próxima à política, o diretor de futebol será o homem forte do clube no comando do time. Este cuidará do executivo e ficará responsável por todo o funcionamento do sistema. Nessa divisão, o futebol passará a ter organograma que se assemelha em alguns aspectos ao período entre 2011 e 2013, quando o então diretor Adalberto Baptista assumiu mais a execução e deixou o vice João Paulo de Jesus Lopes longe das decisões.

Nenhum desses novos nomes, no entanto, está definido. Aidar guarda a sete chaves e tenta não dar indícios. O cuidado antes da eleição é político: medo de insatisfazer alguns de seus próprios aliados.

A novidade proposta por Aidar é um diretor de relações internacionais. O presidente quer um dirigente que cuide de tudo que relaciona o futebol do São Paulo ao exterior. Este dirigente cuidará de negociações de compra e venda  de jogadores com clubes estrangeiros, além do relacionamento com parceiros, como o Shandong Luneng, da China. Haverá também um diretor do futebol de base. Este, assim como o diretor de futebol e o diretor de relações internacionais, não precisará ser um conselheiro, mas também não será remunerado.  

Mesmo com a nova hierarquia, o gerente executivo Gustavo Vieira de Oliveira, filho de Sócrates e sobrinho de Raí, deverá ser mantido. Seu cargo está previsto no organograma de Aidar. Existe a ideia, no entanto, de se criar uma superintendência entre o diretor e o gerente executivo de futebol.