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Oposição desiste e barra reforma no Morumbi; Aidar é novo presidente do SP

Guilherme Palenzuela e Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo

16/04/2014 17h49

A oposição decidiu retirar a candidatura à presidência do São Paulo. A eleição seria realizada nesta quarta-feira, mas uma manobra política levou Kalil Rocha Abdalla a desistir do pleito. Com isso, Carlos Miguel Aidar foi aclamado novo mandatário do clube com 133 votos de um quorum total de 140 eleitores e substituirá Juvenal Juvêncio. Sete pessoas votaram em branco.

A decisão impede mais uma vez a definição sobre o projeto de reforma do Morumbi. A reunião precisava reunir 177 conselheiros para viabilizar uma votação sobre o tema, mas isso foi impossível após a desistência da oposição. Essa estratégia já havia sido utilizada pelo grupo em dezembro do ano passado – aliás, a situação “casou” o pleito presidencial e a decisão sobre o estádio para tentar garantir que haveria quórum.

A vitória de Carlos Miguel Aidar no pleito desta quarta-feira já era dada como certa. No sábado, o indicado por Juvenal Juvêncio havia conseguido ligeira vantagem na eleição de conselheiros – 49 nomes contra 31 de Abdalla.

Os conselheiros são os responsáveis pela eleição presidencial. Por isso, a expectativa da situação era vencer o pleito desta quarta-feira com até 30 votos de diferença (eles projetavam triunfo por 130 a 100).

O resultado da eleição de sábado dividiu em dois focos a atenção da oposição. Kalil Rocha Abdalla concentrou-se na votação da provedoria da Irmandade de Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – o pleito foi realizado nesta quarta-feira, e ele foi mantido no cargo.

Além disso, o candidato e a cúpula oposicionista tiveram de decidir o que fazer sobre a reunião de conselho marcada para esta quarta-feira. A votação da cobertura do Morumbi foi marcada para o mesmo dia da escolha presidencial atendendo a uma ideia de Aidar, justamente para evitar um boicote.

A agenda desagradou a oposição porque faria com que conselheiros recém-eleitos tivessem de participar da votação. O projeto de reforma do Morumbi tem custo previsto de R$ 460 milhões, com cobertura e construção de uma arena para shows.

“Acabo de chegar da Santa Casa, de uma eleição que eu ganhei, e não posso aceitar essa eleição da maneira que ela está acontecendo. O objetivo é tentar aprovar esse projeto, tentar obter quórum. Nós não iremos entrar na sala”, disse Kalil Rocha Abdalla às 19h15 desta quarta-feira, quando o dirigente chegou ao Morumbi.