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Aidar tem três ideias para fazer Morumbi sair do papel. Mas há uma 4ª

Guilherme Palenzuela e Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo

17/04/2014 10h00

Carlos Miguel Aidar foi confirmado como novo presidente do São Paulo e sucessor de Juvenal Juvêncio, mas viu a oposição novamente conseguir barrar a votação do contrato de obras de modernização no Morumbi. Na noite desta quarta-feira, o oposicionista Kalil Rocha Abdalla retirou a candidatura à presidência para fazer com que seus aliados não fossem à reunião que elegeu o presidente e que também votaria a reforma do estádio. Agora, Aidar tem três ideias para fazer as obras finalmente sairem do papel, mas outro oposicionista, Marco Aurélio Cunha, dá outra alternativa.

A primeira e mais óbvia ideia é mudar o estatuto do clube. O contrato do Morumbi só não foi aprovado ainda porque é preciso haver 75% de quórum do conselho deliberativo para que se possa abrir votação. Com o boicote da oposição - que já havia feito o mesmo em dezembro - é impossível atingir o número, uma vez que até então Marco Aurélio Cunha e Kalil Rocha Abdalla haviam reunido cerca de 90 simpatizantes entre conselheiros vitalícios e conselheiros eleitos. Agora, um dos pensamentos de Aidar é fazer uma mudança de estatuto para que não seja necessário o quórum mínimo de 75%, mas ele tem ressalvas. 
 
"Não sei ainda o que vou fazer. O boicote eu sabia que existiria porque esse tem sido o discurso da oposição. Podemos transfor aquele quórum de 75% em metade mais um dos presentes. Mas será que teremos que chegar a esse ponto? Será que eles não terão sensibilidade?", afirmou, após eleito. 
 
As outras duas alternativas não passariam pelo conselho deliberativo. Uma delas é tentar uma fiança bancária. "Mas o custo dela é muito elevado. É uma forma de garantia real, mas de qualquer forma seria reavaliar o custo", explica Aidar. A última ideia do presidente é aumentar o período de exploração dos parceiros no projeto inicial, de 20 para 25 anos, para que possa se fazer uma antecipação de receita: "A terceira alternativa é tentar negociar em vez de 10 anos e depois mais 10 anos [ao se renovar o contrato] é 15 anos e depois mais 10 anos", conclui.
 
A alternativa que Aidar não cita e que é proposta por Marco Aurélio Cunha pode ser até mais fácil. Cunha foi o único dos oposicionistas que não concordou com o boicote à votação da reforma e compareceu ao plenário na noite desta quarta-feira. Ele votaria contra a reforma se aberta a votação, mas compareceu por julgar o boicote uma medida errada. Como Cunha conseguiu eleger 31 novos conselheiros aliados a seu grupo no último sábado, ele diz que pode ajudar a aprovar o projeto.
 
"Se me chamarem para debater, para ver o contrato com detalhes, e se nos convencerem de que estão certos, com debate, eu junto os 31 conselheiros que elegi no dia 5, pego mais alguns dos vitalícios que concordam comigo e nós aprovamos esse projeto com eles", afirmou Marco Aurélio Cunha, ao UOL Esporte, após a eleição presidencial. Como a reunião teve presença de 140 conselheiros, os 31 eleitos de Cunha mais alguns vitalícios seriam o suficiente para se chegar ao quórum mínimo de 75%, sem necessidade de mudança estatutária. Com o conselho completo, com 240 membros, 75% representa 177 conselheiros.