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WTorre vende propriedades da Arena, mas Palmeiras só lucra se a bola rolar

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

17/04/2014 06h01

O estádio do Palmeiras já teve diversas propriedades vendidas antes mesmo de sua abertura, mas o dinheiro obtido com essas negociações só chegará aos cofres do clube após a sua inauguração.

Empresas como a Allianz, por exemplo, que comprou o direito de batizar o estádio, depositam apenas uma espécie de sinal na conta da WTorre. Na verdade, na atual situação, além de não receber toda a verba e de não poder repassar a parcela a qual o Palmeiras tem direito, a construtora tem uma dívida com seus parceiros: fazer o produto vendido funcionar.

Hoje, a pequena parcela paga pelas empresas como forma de sinal fica em uma conta bancária que a construtora também não pode movimentar.

Apesar da entrega estar marcada pela WTorre para agosto, o parceiro só poderá ter certeza de que seu investimento dará resultado quando o complexo estiver funcionando. Por isso, a construtora corre para cumprir os prazos. De forma efetiva, ainda não houve retorno dos cerca de R$ 550 milhões colocados nas obras.

Depois de a bola rolar, a empresa de Walter Torre Jr. precisará depositar a quantia que cabe ao Palmeiras até o dia 15 do mês seguinte. Para cada propriedade, há uma porcentagem definida. No caso dos R$ 300 milhões do naming rights, por exemplo, cerca de R$ 60 milhões irão para o clube ao longo dos 20 anos de acordo.

Além da Allianz, o estádio já tem a AEG, como gestora, o Burger King e a Dog Hauss, como fornecedoras de sanduíches, a Diletto, para a venda de sorvetes, e a Gourmet Sports, braço brasileiro do grupo alemão K&K Group AG, que vai operar restaurantes e quiosques de comida no estádio. 

Há, ainda, verba proveniente de camarotes que já foram vendidos. Neste caso, o dinheiro também fica congelado e nem mesmo a Traffic, que comercializou os espaços, conseguiu receber algo.

Paralelo a tudo isso, ainda corre em uma arbitragem a discussão de quem poderá comercializar as cadeiras. Enquanto a construtora quer ter o direito de comercializar todos os assentos, o Palmeiras alega que a WTorre tem direito a apenas 10 mil. A empresa que reforma o estádio diz que a disputa não afeta em nada a inauguração.