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Fluminense revê fantasma com caos político e maus resultados após tapetão

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/04/2014 06h00

Após um início titubeante de temporada, Fluminense tenta evitar no Campeonato Brasileiro que começa às 18h30 deste sábado, contra o Figueirense, no Maracanã, um episódio ingrato de sua vitoriosa história: o rebaixamento em 1997 após a permanência na Série A no tapetão no ano anterior.

Assim como em 1997, o mau momento político causado pelo fiasco em campo no ano anterior é apontado como o que pode atrapalhar o desempenho do Fluminense na competição. Naquela temporada, o problema foi interno, enquanto desta vez as divergências são entre o clube e a patrocinadora Unimed Rio.

“É uma semelhança, a política. O clube tem que ficar no primeiro lugar. Nós passamos e o clube fica”, disse o meia Cadu, que atuou pelo Tricolor entre 94 e 98. “Fui criado no Fluminense. O respeito pela entidade tem que ser máximo e qualquer vaidade tem que ficar fora de campo. O único a perder é o clube”, ponderou o ex-jogador que hoje é coordenador de futebol do Audax Rio.

Mesmo com o cenário político tumultuado com o atrito entre o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, e o gestor da Unimed Rio, Celso Barros, o ex-jogador disse que não acredita em um novo rebaixamento. Pelo contrário, para ele, o Tricolor pode alçar voos bem maiores em 2014.

“Esse elenco é superior [ao de 1997]. O de 2013 também era superior ao de 1996 também. Mas também não tem como você julgar um elenco com quatro, cinco, seis meses de salários atrasados como estávamos na época. É impossível encontrar motivação”, disse Cadu, que lembrou a crise financeira vivida pelo Tricolor em 97.

“Pegamos o pior momento do Fluminense em administração. Refletiu na minha carreira, por exemplo. Saí do clube com ações na Justiça por conta de oito meses de salários atrasados. Foi reflexo disso. Em 95 aconteceu aquela coisa [ano em que o Fluminense conquistou o Carioca] que não acontece nunca mais: um grupo barato e comprometido. Fomos campeões com três meses de salário atrasado”, complementou.

A temporada não começou muito animadora para o Fluminense. Em menos de três meses, o Tricolor foi eliminado nas semifinais do Campeonato Carioca pelo Vasco e levou um susto ao perder para o Horizonte, no Ceará, pela primeira fase da Copa do Brasil, resultado que depois conseguiu reverter no Rio de Janeiro. O desempenho causou a troca entre Renato Gaúcho e Cristóvão Borges, além de protestos de torcedores.