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Reunião de diretoria não surte efeito, e Kardec faz Palmeiras esperar

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

23/04/2014 06h01

A última reunião entre dirigentes do Palmeiras não fez a negociação pela renovação com Alan Kardec avançar. Na noite de segunda-feira, na Academia de Futebol, a diretoria alinhou o que tentaria para renovar com o atacante e, ao apresentar as ideias nesta terça-feira, não teve resposta afirmativa.

Na terça, logo após o treino da tarde, Alan Kardec deixou a sala de musculação após cumprir seu treino ao lado de Marquinhos Gabriel, mas os jogadores caminhos diferentes. O artilheiro foi para o prédio administrativo ao lado do gerente de futebol, Omar Feitosa, enquanto seu companheiro foi para o vestiário.

Segundo o estafe do jogador, nesta conversa houve uma tentativa de acerto com diferentes valores, mas ainda longe do considerado mínimo aceitável pelo jogador. Mais do que isso, após se sentir desvalorizado com a condução do negócio, o camisa 14 passará os próximos dias analisando as opções para o seu futuro.

Kardec quer ficar no Palmeiras, onde já conseguiu alguma identificação, mas sabe do interesse de outros clubes, com propostas financeiras maiores. Ele também não tem encarado bem as seguidas tentativas de Paulo Nobre de reduzir os vencimentos em quantias consideradas irrisória por ele perto do tanto que já abriu mão em relação à proposta original. Esse episódio fez o presidente ganhar certa resistência dentro do próprio clube, inclusive. 

A diretoria alviverde começa a se preocupar. Os cartolas receberam a informação durante o feriado de Páscoa que o São Paulo não terá o menor pudor em atravessar as negociações. Já haveria até números acertados com o Benfica: R$ 14,5 milhões para manter o jogador e uma proposta salarial de R$ 350 mil. Os são-paulinos negam essa possibilidade.

Enquanto a notícia não estava no ouvido dos palmeirenses, a diretoria se apoiava no fato de que, até o fim de maio, Kardec não poderia assinar com ninguém.

As conversas com outros clubes ganharam força no fim da semana passada. Neste período, o diretor-executivo, José Carlos Brunoro, e Omar Feitosa se reuniram com os representantes do jogador. Após reduzir a proposta três vezes, eles aceitaram mais uma pequena redução e receberam o "sim" dos palmeirenses. Tudo dependeria de uma assinatura de Paulo Nobre, que não participou da reunião por estar no Rio de Janeiro, na eleição presidencial da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Na quinta-feira, ao voltar para São Paulo, o dirigente não gostou da proposta que havia sido acordada entre as partes. Pediu uma nova redução salarial e desagradou – e muito – o estafe do jogador. 

Alan Kardec tem contrato até 30 de junho com o Palmeiras e, se não tiver acordo para ficar, precisaria voltar para Portugal para atuar pelo Benfica. O jogador não quer esse cenário, pois considera que não teve chances no clube português, já que entrava apenas no fim dos jogos.

Além do São Paulo, que já abriu as negociações na visão da diretoria palmeirense, o Corinthians deixou claro ao estafe do jogador que topa negociar. Ao contrário dos são-paulinos, no entanto, eles preferem deixar o contrato de Kardec expirar para, então, conversar com o Benfica. O futebol do Oriente Médio também é uma possibilidade no futuro do atleta.