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Estafe de Kardec tem plano para não deixar atleta com fama de "mercenário"

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

28/04/2014 06h00

Acertado com o São Paulo e à espera de uma oficialização do Benfica, o estafe de Alan Kardec já se preocupa com o impacto que uma troca entre rivais pode ter na imagem do jogador. Para evitar que o atacante ganhe o status de “mercenário”, as pessoas que trabalham com o hoje jogador do Palmeiras estão dispostas a abrir os valores da negociação com o clube alviverde.

No momento, os envolvidos estão em compasso de espera para saber como a novela terminará. O São Paulo, como mostrou o UOL Esporte na última sexta, já tem um acordo com o atacante, que ganharia R$ 350 mil por mês no Morumbi.

Para isso, no entanto, o clube tricolor precisa que o Benfica aceite a proposta de 4,5 milhões de euros (R$ 14 mi) do São Paulo. A expectativa do jogador é que os portugueses anunciem a venda entre segunda ou terça-feira.

A partir daí, a ideia é impedir que Kardec saia da história no papel de vilão, como ocorreu com Barcos no começo do ano passado. Na época, o argentino virou uma espécie de “persona non grata” no Palmeiras por deixar o clube depois de falar em jogar a Série B.

No caso de Kardec, mais do que a relação com os palmeirenses o estafe quer minimizar a pressão que o atacante sofreria no São Paulo. Empresários e familiares que acompanham a carreira do jogador entendem que ele pode ter um começo mais tranquilo no Morumbi se não for tratado como um “mercenário”, que simplesmente trocou de rivais por dinheiro.

Os detalhes da negociação só serão divulgados se Alan Kardec entender que a diretoria do Palmeiras está tentando coloca-lo no papel de vilão. Se for esse o caso, o estafe quer argumentar que o fracasso da negociação pela renovação se deu por culpa do clube, como entendem os profissionais que trabalham com o atacante.

Kardec tem contrato com o Benfica e está emprestado ao Palmeiras até o fim de maio. No clube do Palestra Itália, recebe hoje cerca de R$ 160 mil mensais, e gostaria de saltar para R$ 300 mil. Os dirigentes alviverdes queriam enquadrá-lo no sistema de produtividade e, depois que o jogador reduziu seu pedido em três oportunidades, as partes fecharam em R$ 220 mil.

O problema é que, depois do atacante ter acertado com José Carlos Brunoro e Omar Feitosa, dirigentes do departamento de futebol alviverde, o presidente Paulo Nobre voltou atrás e resolveu barganhar por mais R$ 20 mil a menos. A atitude revoltou Kardec e seu estafe, que passaram a ouvir outros clubes, se acertaram com o São Paulo e aguardam que o clube tricolor feche com o Benfica para que a mudança de ares seja oficializada.

Toda a história da negociação já foi amplamente divulgada pela imprensa. Uma fala pública do atacante ou de alguém próximo a ele, porém, pode mudar a situação e poupar a imagem de Kardec, na visão do seu estafe.