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Wesley, patrocínio, estádio... Nobre segue com 'novelas' no Palmeiras

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

29/04/2014 06h01

O fim da novela Alan Kardec não interromperá as dores de cabeça de Paulo Nobre como presidente do Palmeiras. Na verdade, o empresário tem pouca perspectiva de poder trazer boas notícias para a sua torcida conseguir comemorar o ano do centenário e a saída do artilheiro do Campeonato Paulista só aumenta a pressão e cobrança por outras pendências.

O UOL Esporte abriu a "agenda" palmeirense para expor o que mais pode tirar o sono do cartola, que já não esconde mais a sua desilusão crescente com o mundo do futebol desde que esteve no comando de sua equipe. São mais novelas que dominarão o noticiário da equipe do Palestra Itália nos próximos dias. 
 

A NOVELA WESLEY

Pouco tempo depois de ver o triste fim da novela Alan Kardec, o presidente precisará lidar com a renovação de outro atleta. Wesley tem vínculo com fim só em fevereiro de 2015, mas, em agosto, já poderá assinar pré-contrato com outras equipes. Sua saída deixaria o Palmeiras morrer com uma dívida de R$ 21 milhões, que não conseguem ser pagos. O investimento feito por Arnaldo Tirone, antecessor de Nobre no comando da gestão alviverde, ainda não foi pago e virou problema judicial.

Depois de perder Alan Kardec, Henrique e Hernán Barcos, ver a saída de Wesley, outro jogador com certo currículo no elenco palmeirense, pode expor a dificuldade de Nobre e companhia para contratar atletas que chegam com o rótulo de titular. 

Uma das alternativas estudadas por ele foi colocar Wesley à venda, como já mostrou o UOL Esporte. Isso causou um incômodo no jogador e no seu estafe, que ainda são reticentes com a política de produtividade proposta pelo Palmeiras. 

O INSISTENTE VERMELHO NA CONTA BANCÁRIA

Com a ideia de deixar as finanças do Palmeiras equilibradas, Paulo Nobre tem cortado alguns gastos exagerados e não abre mão do contrato de produtividade. O problema é que a gestão profissional não consegue gerar mais receitas e se resume ao corte de gastos para tentar equilibrar a parte financeira.

Para tentar melhorar essa situação, Nobre fez empréstimos, deu o nome dele como aval e será muito cobrado por conselheiros na próxima reunião do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF). Segundo a oposição, o dinheiro que entrou ainda não foi documentado da maneira ideal. De acordo com eles, ninguém nem sabe qual a taxa de juros que será cobrada nem mesmo quando tudo isso precisará ser pago.

"Vocês me conhecem, eu não abro os números, não vou abrir a dívida. O que digo é que é uma dívida grande. Mas, para o tamanho do Palmeiras, dá para administrar, desde que não pratique políticas que aumentam o rombo. O Palmeiras está sem caixa", explicou. "Mesmo com essa política, demos prejuízo contábil no ano passado".

O ESPAÇO EM BRANCO NA CAMISA

A diretoria de marketing não consegue fechar um patrocinador máster para a sua camisa. O ano de centenário não é capaz de atrair um parceiro que se interesse em colocar seu logo no uniforme, mesmo com a torcida palmeirense sendo a quarta maior do país e uma das que mais consome produtos relacionados à marca da equipe.

As buscas por alguém que possa ser parceiro já duram mais de um ano. O time chegou até a exibir a marca da Kia na camisa sem ganhar nada para isso. O diretor-executivo, José Carlos Brunoro, já deu declarações dizendo que está incomodado com a cobrança e “culpou” a Copa do Mundo por isso. Ninguém quer saber de nada além do Mundial na hora de colocar dinheiro no esporte.

QUEM VAI VENDER AS CADEIRAS NO ESTÁDIO?

Este é o caso que a maior parte da torcida está ao lado de Paulo Nobre. O presidente levou uma briga até a uma câmara de arbitragem para poder comercializar 35 mil cadeiras de seu novo estádio. O problema é que a WTorre, construtora responsável pela reforma da casa alviverde, acredita que tem direito de comercializar todos os quase 45 mil espaços disponíveis na arena.

Não há data para que esse embate acabe. Mesmo assim, a ideia dos que reformam o estádio é de entregar a obra pronta em agosto, para que a festa do centenário possa ser comemorada por lá. Já a diretoria palmeirense prefere não ser tão otimista e, em entrevista ao jornal Lance!, chegou a dizer que conta com sua casa só em 2015.