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Grêmio assina aditivo da Arena e inicia operação para 'comprar' estádio

Arena do Grêmio deve ser comprada integralmente pelo clube com projeto dentro de um ano - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio FBPA
Arena do Grêmio deve ser comprada integralmente pelo clube com projeto dentro de um ano Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio FBPA

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

02/06/2014 14h54

Em um evento solene, na tarde desta segunda-feira, o presidente do Grêmio, Fábio Koff, assinou o terceiro aditivo no contrato de parceria com a OAS na gestão da Arena. Após 16 meses de negociação, a nova relação altera vários pontos da relação e dá início ao movimento chamado Operação Grêmio, que visa assumir integralmente a gestão do estádio num prazo de 12 meses.

De cara, os pontos alterados vão implicar diretamente na saúde financeira do clube. O Grêmio fica isento das dívidas do ano passado com a OAS, altera o valor a ser pago anualmente à construtora pela presença dos sócios no estádio de R$ 42 milhões para R$ 15 milhões em 2014 e posteriormente R$ 18 milhões por ano, estabelece os valores pagos anualmente pelos próximos 20 anos sem possibilidade de alteração e ainda passa a poder associar novos torcedores com local garantido no estádio.

"Foram 16 meses de negociações com avanços e retrocessos. Eu briguei e reatei amizade com Carlos Eduardo Paes Barreto [Presidente da OAS Arenas] uma dezena de vezes. Admito que tinha ciúme dele. Pelo conhecimento, inteligência e tolerância. Nestes 16 meses, eu tive ao menos 10 surtos. Mas o que podia nos distanciar, acabou nos unindo", disse o presidente Fábio Koff.

Ao fim da manifestação, o presidente revelou o desejo de compra total do estádio, com uma operação de 12 meses para finalizar o negócio.

"Vamos deflagrar a Operação Grêmio, que consiste em assumir a gestão integral de seu próprio estádio. O Grêmio e a OAS assinam oficialmente um acordo com este objetivo. Em 10 dias vamos constituir uma comissão entre as duas partes. Teremos economias de custo e o processo tem prazo de 12 meses. E com a força da torcida do Grêmio pode ocorrer em um prazo ainda menor", afirmou Koff.

A compra do estádio é, na avaliação do comando do clube, a única maneira para igualar o poder financeiro com agremiações de Rio e São Paulo.

"É a única maneira do Grêmio, no seu futebol, estruturar uma equipe e disputar de igual para igual com clubes de RJ e SP. A torcida, o Conselho, são muito exigentes. Mas esta exigência tem que ser respeitada e nos motiva. É uma ambição maior, que precisa ser alimentada", disse.

A presidência da Arena Porto-Alegrense, que administra o estádio, passará a ser feita por um Conselheiro do clube. Geraldo Correa assume a vaga.

A partir de agora, os departamentos do Grêmio precisam deixar o Olímpico em 90 dias, mas o estádio ainda não tem data pra implosão. Isso porque a entrega para OAS só será feita a partir da saída do estádio do posto de garantia em um empréstimo obtido pela empreiteira.

Com a assinatura do aditivo, o Grêmio ganha o valor que falta para conclusão do Centro de Treinamentos do Humaitá, que receberá as atividades do clube assim que estiver pronto.