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Diretoria usa TV Palmeiras e ações com torcida para defender marketing

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

03/06/2014 06h01

Muito criticada pela falta de resultados em 2014, especialmente por não conseguir fechar um patrocínio máster há mais de um ano, a diretoria do Palmeiras usou outras ações pontuais que tem feito ao longo dessa gestão para se defender.

Sem ver seu time receber algo que gira em torno na casa dos R$ 25 milhões anuais, que é o valor estimado pelo espaço principal na camisa alviverde, o diretor-executivo, José Carlos Brunoro, citou que o marketing não está parado e trabalha em diferentes vertentes para conseguir alcançar êxito.

“O máster não é o foco de uma situação no marketing. O marketing do Palmeiras é bem moderno e trabalha em três vetores. Primeiro, na estratégia de marca, que é valorizar a marca, onde somos um dos mais atuantes do Brasil, com a TV Palmeiras, uma revista e nosso site. A marca também está internacionalizando e o jogo com a Fiorentina faz parte disso”, explicou Brunoro em evento na Academia de Futebol para confirmar a participação palmeirense na Copa EuroAmericana.

De fato, a TV Palmeiras, hoje, já figura no top 10 mundial e é líder no país. Ainda não há, no entanto, benefícios financeiros ligados diretamente à ação. 

“O segundo vetor é o da ação junto à torcida. Estamos com várias ações pelo país, tivemos o aumento do número de sócios-torcedores, por exemplo. Além disso, temos o terceiro vetor, que é a estratégia comercial, que tem o patrocínio máster e vários outros tipos de ação. Só em 2014, com essas ações, já atingimos uma parte do que teríamos em um patrocínio máster. O marketing não está parado. Quando você constrói um prédio, ninguém vê na hora da base, só quer saber do apartamento”, completou.

Paulo Nobre, também presente no evento na segunda-feira, também saiu em defesa de seu departamento de marketing, um dos mais criticados pela oposição e até pela situação. Mustafá Contursi, que faz parte da base de governo de Nobre, é um dos que mais critica os gastos com a profissionalização.

De acordo com Nobre, a entrada da Caixa Econômica Federal foi fundamental para que alguns times não estivessem na mesma situação que o Palmeiras. Ele ainda citou que a Copa do Mundo também dificulta na busca de parceiros.

Vale lembrar que o Palmeiras abriu negociações com a Caixa, chegou a contar até com a ajuda do ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo e do ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

“Se tem alguém ansioso para o patrocínio, sou eu, o presidente. O torcedor Paulo também não vê a hora do patrocínio entrar. O que eu quero ressaltar é que o trabalho de marketing só é enxergado quando o patrocínio é concluído, mas várias outras ações podem ser iguais ou superiores. Como, hoje, estou por trás da informação, consigo enxergar isso. Claro que sinto a falta de um patrocínio, que traz uma grande quantidade de dinheiro, mas vejo o trabalho sendo feito”, completou.

“Se somar todos os trabalhos que já foram feitos, já tivemos mais do que um máster e continuamos trabalhando. Hoje, a Copa do Mundo, que poderia aquecer o mercado, na verdade, tirou o apetite do mercado. Hoje, sem uma instituição financeira (Caixa), muitos clubes estariam sem patrocínio”, finalizou.

Paulo Nobre tem tirado dinheiro do próprio bolso e dado seu nome como aval para outros empréstimos. Atualmente, a quantidade emprestada já chega à casa dos R$ 100 milhões. Mesmo assim, o rombo financeiro não para de aumentar. O Lance! mostrou que, nos quatro meses que já tiveram o balanço aprovado pelo Conselho, o prejuízo chegou a R$ 4 milhões.