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Clubes pedem audiência a Dilma para resolver dívidas e vão usar eleição

Roberto Stuckert Filho/ Presidência da República
Imagem: Roberto Stuckert Filho/ Presidência da República

Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/07/2014 17h59

Oito clubes da Série A do Brasileiro, entre eles Flamengo, São Paulo e Corinthians, realizaram reunião, no Rio de Janeiro, para debater suas dívidas fiscais e como pressionar o governo federal por uma solução. Ao final, foi pedida uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para agilizar o projeto de refinanciamento de débitos, que está no Congresso. O discurso é de usar a pressão popular dos times em uma ano de eleição presidencial.

"Chegamos a conclusão que o assunto mais urgente é esse da lei de responsabilidade fiscal. Queremos entender o que está emperrando para que os clubes possam oferecer uma ajuda", explicou o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello. "Queremos atender o que pode querer o governo."

O projeto de lei já está no Congresso e pronto para votar. Pelo formato atual, a lei iria prever que todas os débitos seriam incluídos no programa, o que deixaria os clubes com suas pendências resolvidas, e pagas em parcelas. Em troca, os dirigentes responderiam por erros cometidos na gestão. Além disso, os clubes estariam sujeitos a punições esportivas, perda de pontos e até o rebaixamento de times em caso de não pagamento das dívidas ou de salários de jogadores.

Mas tanto a presidência da Câmara, quanto o Ministério do Esporte dizem que nada será resolvido antes do final da Copa do Mundo. Os clubes, no entanto, querem uma solução ainda neste ano e usarão a eleição presidencial como forma de pressão. Além de Dilma, eles querem ser recebidos pelo ministro do Esporte Aldo Rebelo e o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"O momento é esse. A presidente pode nos receber e aparecer para um público de torcedores de 100 milhões de pessoas, ou 70 milhões de votantes, como quem se interessa pelo destino dos clubes. Ou pode aparecer como alguém que não quis nos ouvir", contou o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, que tem liderado o clube e vê o Ministério da Fazenda emperrando uma análise sobre a questão.

Estiveram presentes representantes do Atlético-PR, Chapecoense, Corinthians, Flamengo, Goiás, São Paulo e Vitória.