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"Achei que haveria mais rejeição", diz Gilmar Rinaldi sobre escolher Dunga

Gilmar Rinaldi, coordenador geral da CBF, e Dunga, técnico da seleção, conversam na apresentação do treinador - Ricardo Moraes/Reuters
Gilmar Rinaldi, coordenador geral da CBF, e Dunga, técnico da seleção, conversam na apresentação do treinador Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

Do UOL, em São Paulo

24/07/2014 22h48

A escolha de Dunga para comandar a seleção brasileira após a Copa de 2014 foi antes de tudo uma aposta em um perfil. Nesta quinta-feira, em entrevista ao canal fechado “Fox Sports”, o coordenador de seleções Gilmar Rinaldi explicou que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) chegou ao nome do ex-volante porque buscava um estilo específico de técnico. E que o índice de rejeição ao novo comandante foi surpreendentemente baixo.

“Não sei se o Dunga é o melhor técnico, mas ele tem o perfil que nós queremos. Não escolhemos um nome, mas um perfil. Aí procuramos o profissional que mais se encaixava a isso”, explicou Gilmar, que também foi contratado pela CBF depois da Copa de 2014. “Achei que haveria mais rejeição”, completou o dirigente.

Dunga já havia sido técnico da seleção brasileira entre 2006 e 2010. Ele voltou a comandar o time depois de um término conturbado de participação na Copa deste ano. Jogando em casa, o time canarinho foi eliminado pela Alemanha nas semifinais com uma acachapante derrota por 7 a 1. Depois, ainda perdeu por 3 a 0 para a Holanda na disputa do terceiro lugar.

A escolha de Dunga deve-se a uma avaliação positiva sobre o trabalho dele – o Brasil foi eliminado nas quartas de final da Copa de 2010, mas ganhou a Copa América em 2007 e a Copa das Confederações de 2009 – e a uma combinação de atributos positivos. O ex-jogador é visto como uma mistura ideal de linha dura, amor à camisa e capacidade de montar times competitivos.

“Quando começamos a falar sobre o treinador, definimos o perfil que ele devia ter: o que ele devia pensar e que qualidades nós queríamos. Definimos isso e pensamos em nomes, e o Dunga foi quem mais se encaixou”, contou Gilmar.

Antes de o técnico assumir, a TV Globo chegou a fazer uma pesquisa que apontou mais de 80% de rejeição ao nome dele. “O que eu percebi é que houve uma aprovação maior de colegas, jogadores e profissionais da imprensa”, ponderou Gilmar.

O ex-goleiro e Dunga são parte de um projeto da CBF para recuperar o futebol brasileiro após a Copa de 2014. No entanto, a visão de Gilmar é que os maus resultados recentes não foram causados por uma crise técnica.

“O Brasil tem os melhores jogadores. Temos de mudar alguns conceitos, como vimos na Copa, e precisamos ver mais a parte coletiva. O talento nós temos mais do que outros, mas temos de estar tão ou mais organizados do que eles”, avaliou o coordenador.

Para ele, o status do Brasil não pode ser abalado pela campanha em 2014: “Temos obrigação de ser favoritos. Temos de ter DNA vencedor, de campeão. Isso que queremos implantar”.

Ex-empresário de jogadores, Gilmar foi muito criticado pelo ex-atacante Romário quando foi anunciado como novo coordenador da seleção. Questionado sobre isso, o agora dirigente preferiu tergiversar: “Ele é um dos maiores atacantes que nós já tivemos”.