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CBF cria código de ética e quer suspender clube que aliciar atleta da base

Del Nero, vice-presidente da CBF, apresentou novidade a presidente de clubes em reunião - Reinaldo Canato/UOL
Del Nero, vice-presidente da CBF, apresentou novidade a presidente de clubes em reunião Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/07/2014 19h49

A CBF deu início nesta segunda-feira (28) à coleta de assinaturas para a implantação de um código de ética de clubes. O documento prevê punição a times que, entre outras coisas, aliciarem jogadores de categorias de base de outras agremiações. Esses clubes podem ficar dois anos sem disputar competições amadoras, disse o atual vice-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.

Foi Del Nero quem anunciou a criação desse código de ética, após reunião com representantes de 20 times da Série A e 20 times da Série B do Campeonato Brasileiro, além de presidentes de federações estaduais de futebol. O encontro aconteceu na sede da CBF e durou mais de duas horas.

Segundo Del Nero, a criação do código de ética foi aprovada por aclamação. Agora, serão coletadas assinaturas de cem presidentes de agremiações. Assim que as assinaturas forem colhidas, a regra contra o aliciamento entrará em vigor.

“Se aliciar [atletas da base], vai ficar dois anos fora de competições amadoras”, afirmou Del Nero. “Está na hora de moralizar isso. Temos que coletar as assinaturas.”

Histórico de conflitos

No ano passado, o São Paulo foi acusado por outros clubes de aliciamento de atletas da base. O clube negou qualquer irregularidade. Isso, contudo, gerou uma tensão entre cartolas. Treze clubes, apoiados pela Abex (Associação Brasileira dos Executivos de Futebol), defenderam um boicote ao São Paulo.

Del Nero foi questionado se o código de ética seria criado por causa dos incidentes envolvendo o clube paulista. Esquivou-se: “vamos falar de futuro, não de passado.”

Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, elogiou a punição a clubes que aliciarem atletas da base. Não citou o São Paulo. “Há clubes que erraram. Não vou nomear”, afirmou. “A medida está de acordo com o que é preciso para desenvolver o futebol.”