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Rivaldo rebate acusações no Mogi Mirim e diz que pagou para assumir o clube

Junior Lago/UOL
Imagem: Junior Lago/UOL

Do UOL, em São Paulo

28/07/2014 13h47

Atual presidente do Mogi Mirim, o ex-jogador Rivaldo se defendeu em nota das acusões de que ele estaria dilapidando o patromônio do clube ao se desfazer de dois terrenos que eram usados como CTs para abater dívidas, não cumprindo um acordo assinado quando assumiu a administração da equipe. 

O campeão mundial de 2002, que assumiu a administração do time do interior paulista em 2008, afirmou que pagou à família Barros, antiga responsável, para entrar no Mogi Mirim e realizou investimentos do próprio bolso na infraestrutura e times profissional e de base para revitalizar o clube e que apenas recuperou parte do seu dinheiro. 
 
“Rivaldo tornou-se investidor do Mogi. Embora presidente, jamais abriu mão de qualquer direito, notadamente o de reaver o dinheiro que investiu no Clube, através de empréstimos, e não de doações, ao longo de vários anos, dinheiro, este, que retirou o Clube de uma forte crise financeira em 2008, aumentou o seu patrimônio e permitiu que continuasse em franca atividade”, explica o comunicado. 
 
Na nota, ele ainda lista uma série de benfeitorias que fez no clube, como reformas no estádio, vestiário, academia e setor de fisioterapia, compra de dois ônibus, ambulância e criação das equipes Sub-15 e Sub-17 e destacou que o time voltou a disputar o Campeonato Brasileiro da Série C, após passar pela D, e que se manteve na elite do Futebol Paulista. 
 
“A acusação de dilapidação do patrimônio do Clube é injusta e inverídica. É uma contradição em si mesma. Contrasta com as ações administrativas que foram e vêm sendo tomadas e as próprias conquistas nos âmbitos regional e nacional e que recolocaram o Mogi Mirim EC em patamar de destaque.”
 
No final, ele ainda se comprometeu a marcar uma reunião com ex-dirigentes, torcedores e eventuais outros interessados para “discutir o futuro do Mogi Mirim”.
 
Confira a nota na íntegra:
 
"Tendo em vista as matérias divulgadas pela imprensa nas últimas semanas, no sentido de que o Presidente Rivaldo está dilapidando o patrimônio do Clube, vem ele a público e por intermédio da presente nota externar todo o seu inconformismo e esclarecer que jamais praticou qualquer ato ilegal e contrário aos interesses do Mogi.
 
Ao assumir a administração do Clube, o que ocorreu em outubro de 2008, o pentacampeão mundial Rivaldo desembolsou considerável quantia em dinheiro, quantia, esta, que repassou à família Barros, à época responsável pelo Mogi, ressarcindo-a de todos os gastos até então apresentados.
 
Apesar de pagar para entrar no Mogi, Rivaldo recebeu o Clube em precária situação financeira e, no que atina ao futebol em si, sem um time para a disputa do Campeonato Paulista de 2009, o que quase lhe custou o rebaixamento no Campeonato Regional.
 
Na época, o Mogi disputava apenas o Paulistão e sua base possuía não mais do que a categoria sub 20. Porém, a partir de 2009, voltou a disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior, criou as categorias de base sub15 e sub17 e passou a colecionar participações de destaque nas competições, conquistando, inclusive, o bicampeonato nos Jogos Regionais.
 
A acusação de dilapidação do patrimônio do Clube é injusta e inverídica. É uma contradição em si mesma. Contrasta com as ações administrativas que foram e vêm sendo tomadas e as próprias conquistas nos âmbitos regional e nacional e que recolocaram o Mogi Mirim EC em patamar de destaque.
 
Rivaldo tornou-se investidor do Mogi. Embora presidente, jamais abriu mão de qualquer direito, notadamente o de reaver o dinheiro que investiu no Clube, através de empréstimos, e não de doações, ao longo de vários anos, dinheiro, este, que retirou o Clube de uma forte crise financeira em 2008, aumentou o seu patrimônio e permitiu que continuasse em franca atividade.
 
Após mais de 5 anos, o Mogi conquistou cinco títulos em campeonatos organizados pela Associação Paulista de Futebol de Base, um título e um vice-campeonato na categoria sub20 da Federação Paulista de Futebol, além dos dois títulos inéditos nos Jogos Regionais. O trabalho feito na base permitiu que o time profissional passasse a contar com, atualmente, 12 jogadores formados no Clube, sendo que sete são titulares e, ao lado dos demais, fazem um excelente campeonato brasileiro.
 
No profissional, além de se manter na elite do futebol paulista, o Mogi conquistou o inédito título de Campeão Paulista do Interior em 2012 e o quarto lugar no campeonato de 2013. O Mogi voltou a fazer parte do calendário nacional em 2011, ao conquistar o acesso para a Série D do Campeonato Brasileiro e, no ano seguinte, obter o acesso para a Série C do Campeonato Nacional.
 
Tais conquistas dão mostras mais do que evidentes de que o patrimônio do clube foi valorizado e, ao contrário do que pensam alguns poucos desavisados, aumentou.
 
Não bastasse tudo isso, a valorização – e aumento – do patrimônio do Clube também se verifica de outro modo.
 
Como dito acima, Rivaldo pagou para entrar no Clube. Primeiro, ressarciu a família Barros por todos os “empréstimos” que esta fez ao Clube. Segundo, honrou vários e expressivos compromissos da antiga administração, como processos trabalhistas de ex-funcionários (atletas e dirigentes), sendo um deles um tanto quanto emblemático, pois movido pelo próprio ex-gerente de futebol, o Sr. Henrique Peres Stort, e relativo a muitas questões envolvendo a antiga diretoria. No entanto, à semelhança dos demais, Rivaldo indenizou-o integralmente.
 
Ciente das carências do Mogi, o atual Presidente comprou um ônibus de grande porte para transportar a delegação nas várias competições e outro para o transporte das categorias de base, uma ambulância para melhorar as condições de saúde e um caminhão de pequeno porte para o transporte de material em dias de jogos e serviços internos.
 
O Estádio Romildo Vitor Gomes Ferreira recebeu várias melhorias. As cadeiras de madeira dos setores sociais, que eram antigas e ofereciam riscos aos torcedores, foram substituídas por cadeiras plásticas individuais.
 
O departamento médico foi totalmente remodelado, recebendo, inclusive, dentre outros equipamentos, um aparelho desfibrilador.
 
O setor de fisioterapia ganhou equipamentos modernos e de última geração, permitindo mais conforto e possibilitando a recuperação dos atletas em menor tempo.
 
A academia, que funciona ao lado do vestiário do profissional, também recebeu novos e modernos aparelhos, fomentando a preparação dos atletas.
 
Os vestiários foram reformados e receberam sistema de ar-condicionado.
 
O presidente Rivaldo foi o responsável pela construção dos camarotes para abrigar integrantes de diretorias visitantes e convidados.
 
Para a segurança dos torcedores locais e visitantes, foram instaladas escadas e corrimão em todo o estádio, facilitando assim, o acesso dos mesmos.
 
Uma moderna lavanderia foi construída e equipada com excelentes maquinários, ale de readequar a cozinha do clube.
 
Os apartamentos que abrigam atletas solteiros e comissão técnica foram restaurados. Dentre eles, seis apartamentos, localizados sob as arquibancadas destinadas aos torcedores visitantes, foram reformados e adaptados com TVs, canais a cabo e internet para servirem de concentração em dias de jogos e nos quais o Clube aparece como mandante.
 
Rivaldo fez tudo isso com dinheiro próprio e com dinheiro proveniente de sua administração, como o da venda dos apartamentos do Edifício Lorenzetti. Estes estavam em péssimo estado de conservação quando da transição. O custo de reforma era muito alto, agravado pelo custo de manutenção. A solução mais barata foi à venda e o reinvestimento do dinheiro dentro do próprio Clube. Aliás, parte do dinheiro também foi usada para pagar indenizações trabalhistas e civis da antiga administração.
 
Rivaldo jamais assinou ou mesmo ratificou qualquer acordo com os ex-dirigentes do Mogi. Ao que sabe e pode informar, o acordo tantas vezes propalado pela mídia foi assinado pelos ex-dirigentes e pelo intermediário do negócio. De qualquer forma, independentemente do valor jurídico desse documento, fato é que, jamais, dilapidou o patrimônio do Clube. Ao contrário, aumentou-o, não só diante das conquistas, mas também por adquirir outros tantos bens para o Mogi, além, evidentemente, dos aportes financeiros que faz mensalmente ao Clube, possibilitando que este permaneça em franca atividade. Aliás, o termo “dilapidar” significa “arruinar” e como poderia Rivaldo arruinar o Mogi se este vale, hoje, muito mais do que valia outrora? Isto pode ser facilmente constatado por qualquer avaliação séria.
 
Dir-se-á que Rivaldo transferiu bens do Mogi Mirim para o seu nome. Errado. Muito pelo contrário, apenas se ressarciu de parte do valor que investiu, tal como costumavam fazer os antigos administradores. Relembre-se que o próprio Rivaldo pagou para entrar no Mogi e vem investindo pesado nele ao longo dos anos. E o fez após o necessário aval da diretoria. Esta, a diretoria, reconheceu a dívida do Clube para com seu “único” investidor e aprovou a transferência de parte do patrimônio dele para abatê-la. Avaliou os bens usados na dação em pagamento, fazendo-o através de Imobiliária e Corretores de renome da cidade, chegou ao correto valor de mercado dos bens e autorizou a transferência. De sorte que nada foi feito unilateralmente e sem a necessária justa causa. Neste particular, é importante salientar que Rivaldo sequer participava do comando do Clube na ocasião, pois cumpria seu contrato de trabalho perante o AD São Caetano.
 
O atual Presidente realmente conta com alguns de seus familiares junto à administração do Clube. Todos eles foram eleitos de acordo com as normas do Estatuto. Este não proíbe que familiares componham os órgãos internos nem que os eleitos recebam remuneração, exceto os integrantes da Diretoria Executiva. Dai a possibilidade do jogador Rivaldo Junior jogar pelo Clube e integrar o Conselho Deliberativo. Até então, nenhuma novidade, já que o ex-presidente sempre se valeu de seus familiares junto à sua administração.
 
O desentendimento com a mídia ocorreu em razão das desencontradas informações divulgadas por alguns repórteres. Estes, ao invés de informarem ao público o que realmente ocorreu, preferiram partir para ataques pessoais e infundados.
 
De uma forma geral, Rivaldo quer deixar claro que quer a continuidade e o sucesso do Mogi. Projetou-se nele e lhe é muito grato por isto. Dai o seu amor e respeito pelo Clube e também pela torcida, que tantas vezes o aplaudiu. Todavia, também deseja o entendimento e a compreensão de que está em meio a um negócio e que não pode comprometer tudo aquilo que conseguiu arduamente durante toda a sua carreira apenas porque alguns não conseguem – ou não querem – compreender a verdadeira situação.
 
Finalmente, com intuito de dissipar todas as dúvidas até agora levantadas, inclusive sobre a sua idoneidade, marcará reunião com os ex-dirigentes, torcedores e eventuais outros interessados, visando discutir o futuro do Mogi Mirim nos próximos dias."