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Justiça adia julgamento e suposto chefe da máfia do ingresso segue preso

Osvaldo Praddo/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
Imagem: Osvaldo Praddo/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/07/2014 14h40

Foi adiado para terça-feira da semana que vem (5) o julgamento do habeas corpus de Raymond Whelan, executivo inglês acusado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) de chefiar a máfia dos ingressos da Copa do Mundo de 2014. Por isso, Whelan seguirá preso pelo menos mais uma semana no Complexo Penitenciário de Bangu, junto com outros 11 acusados de integrar a quadrilha internacional de cambistas.

O pedido de liberdade de Whelan chegou a começar a ser avaliado pela 6ª Câmara Criminal do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) nesta terça-feira (29). Dos três desembargadores que compõem a câmara, dois já posicionaram sobre o caso. Um votou pela manutenção da prisão preventiva e outro, pela liberdade.
 
O desembargador Nildson Araujo da Cruz, presidente da 6ª câmara, no entanto, pediu vista ao processo. Assim, ganhou mais uma semana para estudar o pedido de Whelan. Como o julgamento está empatado, a decisão do desembargador Cruz será crucial para a soltura ou não do executivo inglês.
 
Whelan está preso preventivamente desde o dia 14. Ele se apresentou à Justiça do Rio quatro dias depois de ter sua prisão preventiva decretada. Antes disso, esteve foragido.
 
No dia 10, quando a Justiça determinou a prisão de Whelan, ele deixou o hotel Copacabana Palace pela porta dos fundos acompanhado de seu advogado, Fernando Fernandes. Dias depois, também acompanhado de Fernandes, entregou-se e seguiu para o presídio. 
 
Operação Jules Rimet
 
A operação que desbaratou a máfia dos ingressos foi batizada de Jules Rimet, em alusão ao nome do primeiro presidente da Fifa. Ela é resultado de mais de um mês de investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro e Ministério Público.
 
Na operação, quase 200 ingressos da Copa já foram apreendidos, além de dinheiro e máquinas para pagamento em cartão de crédito. Os bilhetes pegos pela polícia eram reservados pela Fifa a seus patrocinadores, a clientes de pacotes de hospitalidades e até a membros de comissões técnicas. Dez ingressos, inclusive, eram reservados a integrantes da comissão técnica da seleção brasileira.
 
Segundo a Polícia Civil, a quadrilha vendia ingressos por até R$ 35 mil. Com isso, lucrava até R$ 1 milhão por jogo.
 
A polícia informou que o esquema não é novo. Ele funcionava há quatro Copas. O trabalho seria tão lucrativo que integrantes da quadrilha trabalhariam durante o torneio e depois descansariam por quatro anos até o próximo Mundial.