Topo

Ronaldinho muda Atlético-MG de patamar e comprova aposta vitoriosa

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Vespasiano (MG)

31/07/2014 06h00

Os dois anos de Ronaldinho Gaúcho fizeram o Atlético-MG mudar de patamar. Com resultados positivos em campo e fora dele, o jogador, que se despediu oficialmente do clube na quarta-feira, em entrevista coletiva na Cidade do Galo, comprovou o acerto na aposta da diretoria, que contratou o atleta em momento conturbado na carreira.

O camisa dez foi contratado em junho de 2012 depois de saída conturbada do Flamengo, graças a liminar obtida na Justiça do trabalho e chegou ao Atlético com rejeição. Porém, os títulos e o crescimento do clube mostraram que a aposta de Alexandre Kalil e do técnico Cuca surtiram efeito.

Em termos de título, o clube alvinegro mudou de patamar. Com Ronaldinho em campo, o time conquistou o inédito título da Libertadores em 2013 e da Recopa Sul-Americana nesta temporada, além de ganhar o Estadual no ano passado. 

Porém, mais do que isso, a presença do atleta fez o clube mineiro conquistar mercado e destaque mundial. Por onde viajou, durante as duas Libertadores que disputou, o clube foi notícia por conta da presença do craque. O atleta foi recebido por multidões na Argentina, Paraguai, Bolívia, Colômbia e Venezuela.

O atacante Diego Tardelli, amigo de Ronaldinho, reconheceu que a presença do craque modificou o Atlético. “O Ronaldo mudou a cara do Atlético. O Atlético já era grande sem o Ronaldo, mas com o Ronaldo ficou ainda maior”, admitiu.

“Pela presença dele no mundo todo, o Atlético é reconhecido mundialmente graças ao Ronaldo. É muito diferente com o Ronaldo e sem o Ronaldo, a gente vê nos jogos da Libertadores, quando ele está com a gente e quando não está”, ressaltou Tardelli.

Em termos financeiros, a presença do craque atuando em alto nível foi determinante para a diretoria. Um dos principais reflexos foi o crescimento do orçamento do clube aprovado para 2012, antes da chegada do jogador, até o desta temporada, que contou com a presença do camisa dez. De R$ 131 milhões para R$ 254 milhões.

O programa de sócio torcedor, Galo na Veia prata, foi apresentado oficialmente antes da contratação do atleta, que se tornou o garoto propaganda do projeto. O resultado foi o crescimento de cinco mil sócios para pouco mais de 31 mil, com a criação do Galo na Veia Prata, implementado em 2013.

A presença do craque também trouxe a mudança de fornecedora de material esportivo por duas vezes. Em 2013, o clube fechou com a Lupo, por R$ 25 milhões. Depois de um ano de vínculo, a multinacional Puma entrou em seu lugar, por valor não revelado oficialmente pela diretoria.

Na atual temporada, fora da Copa do Mundo, que foi disputada no Brasil, o armador foi o embaixador atleticano na China, em excursão para a realização de três amistosos no país, algo que rendeu um valor superior a R$ 1 milhão aos cofres alvinegros.

O presidente atleticano, Alexandre Kalil, reconhece que a presença do jogador no clube e os resultados obtidos nos dois anos foi uma vitória para a diretoria. “Queria deixar para todo o Brasil que tive o orgulho de presidir um dos maiores jogadores de todos os tempos do futebol mundial, que é o Ronaldinho Gaúcho. Um casamento que deu certo para todo mundo e foi muito vitorioso”, destacou.