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STJD multa Palmeiras por danos ao Itaquerão; Corinthians é absolvido

Comissão disciplinar do STJD avalia denúncia sobre itens quebrados em clássico no Itaquerão - Pedro Ivo Almeida / UOL
Comissão disciplinar do STJD avalia denúncia sobre itens quebrados em clássico no Itaquerão Imagem: Pedro Ivo Almeida / UOL

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/08/2014 17h07

Em sessão realizada nesta quarta-feira (06), a 3ª Comissão Disciplinar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) aplicou uma multa ao Palmeiras e absolveu o Corinthians por causa de danos causados ao Itaquerão em clássico disputado no dia 27 de julho, válido pelo Campeonato Brasileiro. Em decisão unânime, a equipe alviverde terá de desembolsar mais R$ 50 mil pelos objetos quebrados no estádio - a diretoria já havia assumido custo similar pela reposição das peças.

O Palmeiras esperava punição mais dura do STJD, mas vai recorrer da decisão. "Não podemos pagar uma multa por algo que é um problema de educação. É uma questão nacional, e nós não temos culpa", disse André Sica, advogado da equipe alviverde, que pode comemorar uma vitória pelo seu trabalho no campo jurídico por evitar uma perda de mando. Caso isso acontecesse, o clássico contra o São Paulo não seria disputado na capital. 

João Zanforlin, advogado do Corinthians, afirmou que o clube lançará campanha para que torcedores não façam algo similar quando o time alvinegro for jogar no estádio do rival.

Corinthians e Palmeiras haviam sido denunciados em 31 de julho por causa dos danos ao Itaquerão. Torcedores visitantes quebraram 258 cadeiras e um secador de mãos – números aferidos em vistoria que contou com representantes das duas equipes.

Os dois clubes foram denunciados pela procuradoria do STJD por terem infringido o artigo 213 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que fala em “deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto”. As punições possíveis eram multa de até R$ 100 mil e perda de mando de campo em até dez partidas.

Na defesa, o Palmeiras ponderou que os danos não causaram problemas para o jogo em si. Além disso, afirmou que repreendeu os torcedores responsáveis e assumiu os custos pelos objetos quebrados. O Corinthians disse ter tomado todas as medidas possíveis para coibir a depredação e citou até entrevista de Paulo Schmitt, procurador-geral do STJD, que concordou recentemente com a absolvição do clube.

“Passavam os pedaços da cadeira e ninguém ia lá reprimir. Nada foi feito. Deixaram transcorrer aquela situação toda. O artigo é claro quando diz que deve haver prevenção e repressão, o que não houve. O mandante contribuiu para o fato no sentido de não buscar uma repressão. Portanto, não há outro caminho que não seja a condenação de ambas as equipes. A Procuradoria requer a punição de Palmeiras e Corinthians”, disse Rafael Vanzin, procurador da 3ª Comissão Disciplinar do STJD.

"É como se alguém fosse a uma festa na sua casa, quebrasse tudo e você fosse para a delegacia. Não faz sentido", respondeu João Zanforlin, advogado do Corinthians.

Logo depois da denúncia, a diretoria do Palmeiras já dava como certa uma punição mais pesada ao clube. O Corinthians, por outro lado, tratou a denúncia como ato político e chegou a dizer que considerava “um absurdo” ter sido incluído na pauta do julgamento. Segundo a procuradoria-geral do STJD, isso foi feito por um padrão do tribunal.

Depois da vistoria que contabilizou os danos ao estádio, o Palmeiras se comprometeu a bancar as intervenções necessárias - os dois clubes têm acordo de cavalheiros para isso. A estimativa do clube alviverde é que os artefatos depredados custem entre R$ 45 mil e R$ 50 mil, e a diretoria ainda prometeu que tentaria identificar os autores dos atos de vandalismo para transferir essa conta a eles.

STJD também multa Santos por atraso

Na mesma sessão, em julgamento anterior, o Santos foi multado em R$ 1.000 por conta de um atraso de um minuto no retorno ao gramado para o segundo tempo do jogo contra a Chapecoense, na Vila Belmiro, também pelo Campeonato Brasileiro.