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Valdivia acusa árabes de desistirem de negócio: "Não sumi, fui à Disney"

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

07/08/2014 12h51

Depois de treinar por dois dias, Valdivia apareceu no Palmeiras para explicar o motivo do sumiço de 15 dias. O chileno acusou o Al Fujairah FC, clube dos Emirados Árabes, de voltar atrás nas negociações após tudo estar certo e negou que tenha pedido mais dinheiro para que o acordo fosse finalizado.

Valdivia afirmou que já considerava o negócio como certo, já que foi recepcionado pelo próprio proprietário do time, deu entrevistas à imprensa local e tirou fotos com a camisa do clube. Depois, saiu de férias com a anuência do Al Fujairah por 10 dias, já que não teve período de descanso após a Copa do Mundo.

"O que foi passado era que poderia me apresentar no dia 5, na Alemanha, após 10 dias de férias. Assinei contrato na Alemanha e estava tudo certo. Peguei os dias de férias que o clube me deu e, quando voltei, fiquei sabendo que tudo tinha sido cancelado porque não tinha acertado os valores. O que é mentira, tenho documento que comprova o que eu assinei, com assinatura do sheik, carimbo do clube", disse Valdivia.

“Tudo isso se tornou uma complicação muito grande para mim. Tive que tirar meus filhos da escola, meu cunhado veio para cá arrumar as coisas da mudança. E na minha volta o pai do sheik disse que desistiu da minha contratação, que era muita grana, que esse dinheiro poderia ser usado para construir hospitais, escolhas. E que não apoiava mais o filho [dono do time]”, afirmou o jogador.

O meia também rebateu a versão de que teria sumido ao invés de se reapresentar ao Palmeiras quando a negociação deu errado. Valdivia ressaltou que estava com a família em férias e que não tinha mais vínculo algum com o clube brasileiro.

“A partir do momento que saí, não recebi mais salário do Palmeiras, não era mais jogador do clube. Só recebi até dia 12 de julho. Eu não sumi, fui de férias para a Disney”, comentou o jogador. "As minhas férias eram para curtir meus filhos, minha família. Não vi motivo de ter que ficar ligado na internet, no telefone. A prova mais clara de que não estava escondido eram as fotos que minha mulher postava”

“Para o Palmeiras foi passada a informação de que eu não teria acertado os salários. Já mostrei ao Palmeiras que é mentira. Fiquei surpreso e acredito que vocês também ficaram. Agora vamos sentar junto com o departamento jurídico para ver o que vou fazer”, explicou Valdivia. “O Palmeiras precisa de dinheiro. O clube recebeu uma proposta, assinou todos os documentos que garantiram que eu ia sair. Abri mão de 10% para ajudar o clube, recebi uma proposta econômica muito boa”.

O Palmeiras aceitou a proposta por Valdivia do Fujairah FC, dos Emirados Árabes, de 5,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 16,5 milhões). O time tinha até topado assumir a multa de 2 milhões de euros que consta em contrato caso os brasileiros vendessem o atleta para algum time árabe.

Outro facilitador foi o fato do meia abrir mão dos 10% dos direitos econômicos que lhe pertenciam. Do total, o Palmeiras ficaria com 64% (pouco mais de R$ 10 milhões). Os outros 36% iriam para Osório Furlan Jr., empresário que fez um empréstimo para comprar o chileno do Al Ain, em 2010.

Ele viajou para os Emirados, chegou a posar com foto da camisa e do cachecol da equipe que defenderia. Depois disso, foi passar férias nos Estados Unidos.

"Entendemos que nos sentimos prejudicados em relação a todo processo. Para nós, o jogador estava acertado com o clube árabe. Quando ele retornou, se explicou e está reintegrado. Vamos fazer uma ação jurídica para que os direitos do clube e do jogador sejam preservados. O Valdivia vai esclarecer a situação que é importante isso para ele continuar o trabalho no clube", disse Brunoro.