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Botafogo é o maior prejudicado, mas Flu também trava guerra com Fazenda

O presidente do Flu, Peter Siemsen (f) também brigou com a Fazenda Nacional - Fernando Soutello/AGIF
O presidente do Flu, Peter Siemsen (f) também brigou com a Fazenda Nacional Imagem: Fernando Soutello/AGIF

Do UOL, no Rio de Janeiro

16/08/2014 06h00

Salários atrasados, caos financeiro e futuro incerto: estas expressões se tornaram frequentes no Botafogo após o bloqueio nas receitas alvinegras estabelecido pela Procuradoria da Fazenda Nacional. Embora esteja longe de sofrer os mesmos reflexos, o rival no clássico das 18h30 deste domingo, no Mané Garrincha, pela 15° rodada do Campeonato Brasileiro, o Fluminense, passa por intervenção semelhante do Estado desde o fim de 2012.

Assim como o Botafogo, o Tricolor teve suas receitas penhoradas pela Fazenda Nacional por causa das dívidas do passado. O Fluminense até mesmo chegou a tentar um acordo para um reparcelamento da dívida no primeiro semestre do ano passado, mas sem sucesso. E ainda entrou em atrito com o órgão estatal após acusações de que teria sido preterido em relação ao Flamengo, que conseguiu acerto semelhante ao procurado pelo clube das Laranjeiras.

A situação financeira dos rivais começou a piorar no mesmo período, o segundo semestre de 2012, quando a Fazenda Nacional decidiu apertar o cerco aos clubes com grandes dívidas com a Receita. Vasco e Flamengo passaram pelas mesmas dificuldades, mas conseguiram acordos que os livraram dos bloqueios que atormentam Fluminense e Botafogo.

No momento, a grande diferença entre o Fluminense- um dos líderes do Brasileiro- e o Botafogo- integrante da zona de rebaixamento- é a participação intensa da Unimed Rio nas Laranjeiras. Mesmo tendo cortado custos recentemente, a cooperativa de saúde investe pesado em medalhões como Fred, Walter, Diego Cavalieri e Conca, e, com isso, alivia o caixa tricolor.

O bloqueio de receitas, no entanto, não passa desapercebido nas Laranjeiras. O Fluminense chegou a conviver com atraso de direitos de imagem e salários no ano passado, cena antes inimaginável no Tricolor desde a chegada da Unimed ao clube, em 1999. Recentemente, o técnico Abel Braga, atualmente no Internacional, reclamou de ainda não ter recebido o 'bicho' pelo título brasileiro de 2012.

Sem a mesma ajuda de seus patrocinadores, o Botafogo viveu dias de extrema tensão durante a última semana. O clima esquentou quando seis de seus jogadores, entre eles o zagueiro Bolívar, não receberam salários ao contrário de todos os outros funcionários e atletas do clube. A situação, porém, foi contornada com ajuda de empresários que pagarão estes vencimentos.

Enquanto o Fluminense sentiu pouco em campo os efeitos do bloqueio de suas receitas, o Botafogo perdeu jogadores importantes como os meias Lodeiro e Jorge Wagner, além de ter tido que lidar com protesto dos atletas diante dos salários atrasados.

O Tricolor, no entanto, tem um problema esportivo importante para o clássico de domingo. Na última quarta-feira, o Fluminense foi eliminado da Copa do Brasil após uma derrota por 5 a 2 para o América-RN em pleno Maracanã, o que causou até mesmo um protesto nas Laranjeiras.

O clássico, portanto, servirá para saber quem terá que acalmar mais uma crise na segunda-feira, seja por salários atrasados ou por resultados ruins dentro de campo.