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Bom Senso e Esporte têm pressa, mas admitem votação de lei após eleições

Toninho Nascimento (dir.) admitiu a possibilidade da votação acontecer só após as eleições - Glauber Queiroz/ME
Toninho Nascimento (dir.) admitiu a possibilidade da votação acontecer só após as eleições Imagem: Glauber Queiroz/ME

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

18/08/2014 20h02

O Bom Senso F.C. se reuniu nesta segunda-feira com o Ministério do Esporte em um prédio comercial na zona sul de São Paulo para acertar emendas ao projeto da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE), que tem o objetivo de refinanciar as dívidas dos clubes brasileiros, e ouviu que existe a possibilidade da votação acontecer apenas após as eleições presidenciais, por falta de datas.  

“Apesar da vontade de aprovar o quanto antes, se preciso, fica para depois das eleições. É melhor aprovar bem feito do que com pressa”, falou o secretário nacional do futebol. Apesar da possibilidade, existe consenso quanto a necessidade de se incluir ao projeto de lei um órgão independente de fiscalização bancado pela CBF. “As divergências são cada vez menores, são muito poucas. A criação do órgão é fundamental. Agora estamos estudando isso para saber como vamos colocar isso na lei e como vai funcionar. A principal divergência era essa”, falou Nascimento.

Existe apenas uma data possível para a votação da LRFE no plenário da Câmara dos Deputados antes das eleições: nos dias 2 e 3 de setembro.

Na semana passada, clube e Bom Senso F.C. entraram em acordo para incluir na Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte a criação de tal órgão de fiscalização. A reunião desta segunda, entre o movimento de jogadores e o Ministério do Esporte confirmou que a ideia da inclusão do órgão é apoiada pelos dois lados. O que falta definir, agora, é como será criado, quem vai compor e como vai funcionar. Também será preciso definir se o órgão será criado dentro da própria lei ou se por uma regulamentação específica.

O goleiro Fernando Prass, do Palmeiras, representou o Bom Senso F.C. na reunião e saiu com discurso otimista: “Conversas estão em estágio avançado. Estamos na reta final, se o projeto não é perfeito, é melhor do que foi apresentado. Queremos que não seja mais um projeto, mas um marco para o futebol brasileiro. Ainda não é um processo acabado”, afirmou.

Acordo próximo com a Fazenda

Os clubes também estão próximos de um acordo com o Ministério da Fazenda. Ainda não está definido como será o pagamento da dívida, mas já é certo que o prazo de parcelamento será inferior a 300 meses e a taxa de juros utilizada será a Selic, que pode chegar a 12% ao ano – anteriormente, os clubes queriam outra taxa, de cerca de 5% ao ano.