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Nova era Dunga começa com menos mudanças que últimas renovações da seleção

Do UOL, em São Paulo

19/08/2014 13h33

A sensação ao final da última Copa era de terra arrasada, mas Dunga inicia sua nova gestão à frente da seleção brasileira com a mudança mais amena dos últimos ciclos. Nesta terça-feira, o treinador apresentou sua primeira convocação para a equipe nacional com dez nomes que estiveram no último Mundial, número maior que as largadas de trabalho de 2006 e 2010.

O goleiro Jefferson, o lateral Maicon, o zagueiro David Luiz, os volantes Luiz Gustavo, Fernandinho e Ramires, os meias Oscar e Willian, além dos atacantes Neymar e Hulk. Todos eles estão relacionados para os amistosos nos Estados Unidos no começo de setembro, contra Colômbia e Equador.

"Nós temos qualidade e precisamos lembrar disso. Não se pode falar que tudo foi ruim. Temos dez jogadores da Copa aqui. E outros que não estão nessa lista e foram para a Copa podem voltar. Existe uma estrutura [técnica] e vamos manter parte disso. Vi muitos jogos e foi bacana", justificou Dunga após a convocação desta terça no Rio de Janeiro.

Em 2006, quando assumia a seleção pela primeira vez com a missão de reformar a atitude da equipe, Dunga chamou oito remanescentes de Copa para seu primeiro amistoso, contra a Noruega, em Oslo (Juan, Lúcio, Luisão, Cicinho, Gilberto, Gilberto Silva, Robinho e Fred).

Era o fim da era Ronaldo-Roberto Carlos, marcada negativamente pela preparação festiva de Weggis, antes da Copa de 2006. Assim, a lista de estreia de Dunga contava também com apostas que acabaram se perdendo pelo caminho, como Dudu Cearense, Jônatas, Morais e Daniel Carvalho.

"Naquela época também trouxemos jovens. A análise do treinador independe da idade. Não podemos excluir pela idade, mais novo ou mais velho. Se fosse assim, a Alemanha não traria Klose e Lahm. Eles tiveram um trabalho de 12 anos. A questão é de rendimento. Se os jovens tiverem rendimento, permanecem. Se os mais velhos estiverem bem, não tem que penalizar", comentou o treinador nesta terça após anunciar a convocação que abre seu novo trabalho.

Em 2010 a tarefa de Mano Menezes foi outra. O treinador recebeu da CBF o comando da seleção com a missão de renovar o grupo – o time de Dunga na África do Sul era o de maior média de idade da Copa. Desta forma, o treinador convocou apenas quatro remanescentes do Mundial para o amistoso contra os Estados Unidos: Thiago Silva, Daniel Alves, Ramires e Robinho.

Quatro anos atrás Mano começou com um grupo jovem, apostando na base do Santos que fazia sucesso na época, com Neymar, Paulo Henrique Ganso e o atacante André. Também figuravam na lista o goleiro Renan, então no Avaí, o volante corintiano Jucilei e meia Carlos Eduardo, promessa do Hoffenheim.

Muitos destes nomes ficaram pelo caminho, no problemático de renovação, marcado pelo fracasso na Copa América de 2011 e pela mudança de comando no final de 2012. No entanto, alguns nomes da primeira lista de Mano acabaram chegando no fim, pelas mãos de Felipão, como David Luiz, Marcelo e Hernanes.

O novo ciclo da seleção brasileira começa com amistoso diante da Colômbia em Miami, em 5 de setembro. Quatro dias mais tarde a equipe de Dunga enfrenta o Equador, em Nova Jersey. Ainda neste ano o time enfrenta Argentina, Japão e Turquia.