Topo

Lateral que fez gesto obsceno à torcida do Corinthians vai jogar na Série C

Fininho, ex-lateral do Corinthians, participa de treino da equipe (20.07.2005) - Santos, Fernando/TBA
Fininho, ex-lateral do Corinthians, participa de treino da equipe (20.07.2005) Imagem: Santos, Fernando/TBA

Adriano Wilkison e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

19/08/2014 00h00

O lateral esquerdo Vinicius Fininho é praticamente desconhecido da maioria dos brasileiros, mas um gesto intempestivo há nove anos o fez entrar na história de um dos maiores clubes do país. Em jogo contra o Sampaio Correa, em 2005, o atleta revelado pelo próprio Corinthians levantou o dedo médio para a torcida alvinegra que o xingava no Pacaembu.

Depois disso, Fininho foi punido pela diretoria alvinegra e acabou rodando por outros clubes no Brasil até chegar à Ucrânia, onde jogou por muito tempo no Metalist. O lateral agora está de volta ao Brasil e vai defender o Madureira, do Rio de Janeiro, que está na terceira divisão do Campeonato Brasileiro.

Em entrevista ao UOL Esporte, Fininho creditou o gesto ofensivo à torcida como fruto de imaturidade – ele tinha acabado de sair do time de base para o profissional. Segundo ele, sua relação com a torcida corintiano continuou amigável depois daquele dia, mesmo que sua carreira tenha sido marcada para sempre pelo episódio.

“Depois que eu saí do Corinthians, realmente eu vi o quanto [o clube] é grande, quando você está de fora, vê melhor algumas coisas e isso aí eu levei pra minha vida”, afirmou o lateral.

O treinador na época era Tite, que anos depois levaria o clube a ser campeão mundial. O vice-presidente de futebol era Andrés Sanches.

“A torcida pegava no meu pé, não era todo o estádio, era isolado, na parte das sociais. Quando você é novo você é imaturo, e amadurece com as pancadas da vida”, afirmou o atleta. Relembrando aquele jogo, ele disse que no intervalo foi se queixar com Tite sobre os apupos da torcida, e o treinador lhe disse para voltar a campo e jogar para o time. “Na época eu era um pouco esquentado, tinha um pavio curto e era uma situação um pouco nova pra mim. Aí quando eu voltei, o Tite me tirou no segundo tempo e a torcida continuou pegando no meu pé. E aconteceu o que aconteceu.”

Depois disso, o jogador foi muito criticado por torcedores e conselheiros e foi afastado do elenco. Ainda se envolveu em outra polêmica fora de campo ao participar de uma briga em uma casa noturna de São Paulo. Acabou emprestado.

Passou por Vitória, Juventude e Figueirense, pela Rússia e pela Ucrânia. No Metalist chegou a ser terceiro colocado no campeonato nacional.

Com uma lesão no joelho, ele precisou fazer uma cirurgia e decidiu voltar ao Brasil. Tentou atuar pelo Goiás e pelo Atlético Sorocaba (SP), mas seus problemas físicos impediram um acerto. “Nunca tive histórico de lesão. Essa do joelho foi um baque muito forte, eu não esperava ficar esse tempo parado. Algumas vezes passou pela cabeça desistir porque rola às vezes uma deprê”, reconheceu Fininho.

Sua chegada ao Madureira é uma tentativa de retomar a carreira, embora o tempo que ele ficou parado talvez atrapalhe um início imediato. “Meu foco principal é entrar mesmo em forma e jogar em alto rendimento”, disse ele.