Vasco completa 116 anos com briga pelo poder no clube e na arquibancada
A celebração de aniversário do bom e velho Vasco da Gama já foi das mais calmas. Completando 116 anos nesta quinta-feira, o Cruzmaltino atravessa um conturbado momento no clube e na arquibancada enquanto a equipe de futebol tenta se blindar em campo na Série B.
A briga pelo poder tem se acentuado no ramo eleitoral e entre a principal organizada vascaína, o que tem feito prevalecer, nos jogos em São Januário, a política do medo.
Na quarta-feira da semana passada, conselheiros que se fizeram presentes na votação do Conselho Deliberativo para a prorrogação ou não dos mandatos da atual gestão - dentre eles o do presidente Roberto Dinamite - foram intimidados e hostilizados por simpatizantes do candidato Eurico Miranda do lado de fora da sede náutica do clube. Alguns deles tiveram seus veículos avariados e sofreram tentativas de agressão.
Leonardo Gonçalves, líder do grupo político “Cruzada Vascaína”, que apoia a chapa “Sempre Vasco”, de Julio Brant, chegou a registrar uma queixa-crime pelos minutos de terror pelo qual passou.
Alguns sócios também relatam terem sofrido ameaças de correligionários de chapas rivais nos jogos do Cruzmaltino contra Ponte Preta, Paraná e Ceará, em São Januário, por estarem manifestando suas preferências políticas. A troca de farpas tem se estendido através das redes sociais.
Na arquibancada, a organizada “Força Jovem”, que cumpre suspensão de um ano por briga generalizada em jogo contra o Atlético-PR, ano passado, em Joinville (SC), vive mais um momento de racha que motivou uma pancadaria dentro e fora do estádio no jogo diante dos cearenses, sábado passado.
Opositores da atual diretoria da torcida tentam se aproveitar do fato de que a gestão está enfraquecida, já que seus principais líderes ainda estão envolvidos com questão judiciais referentes à bárbarie na cidade catarinense. Interesses políticos também têm motivado as divergências, já que um grupo apoia o candidato Eurico Miranda (chapa “Volta Vasco! Volta Eurico!”) e outro Roberto Monteiro (chapa “Identidade Vasco).
O Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) já está ciente do problema e tem monitorado-o.
A organizada não pode entrar com faixas, bandeiras, instrumentos e uniformes em estádios brasileiros até dezembro deste ano. Seus membros que foram presos na briga contra os atleticanos já estão soltos e respondendo em liberdade. Atualmente, são obrigados a se apresentar à delegacia no horário de todos os jogos do Vasco.
Em meio ao turbilhão de acontecimentos, o Cruzmaltino tenta dar um ar mais leve ao clube e promove uma série de ações para comemorar mais um ano de vida.
Nesta quinta, data do aniversário, logo às 6h ocorrerá uma alvorada seguida de um café da manhã com o presidente Roberto Dinamite no restaurante de São Januário. Às 11h, será celebrada uma missa de Ação de Graças na Capela “Nossa Senhora das Vitórias”, que fica atrás de um dos gols do estádio. Fechando as festividades, uma sessão solene acontecerá na sede náutica, que fica na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio.
Como parte dos 116 anos, o clube ainda promoverá, neste sábado, no salão de troféus, a entrega de escudos aos que completaram 25 anos de vida associativa ao Vasco. Por último, ainda ocorrerá uma celebração para os funcionários, dia 31 de agosto, na sede do Calabouço.
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