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Kléber escapa de punição aos moldes de Suárez e pega gancho de três jogos

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/08/2014 14h16

O atacante Kléber foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), na tarde desta sexta-feira, no Rio de Janeiro, com a suspensão de três partidas. O Gladiador foi beneficiado por descaracterizarem o artigo 254-A, que o denunciava por agressão, e acabou sendo incluso no 258 (assumir conduta contrária à ética e à disciplina). Ele foi julgado após empurrar o rosto do zagueiro Gustavo Geladeira, na partida entre Vasco e Vila Nova, dia 19 de agosto, pela Série B do Campeonato Brasileiro. 

O sub-procurador geral, Marcelo Lopes Salomão, chegou a pedir uma "punição exemplar" a Kléber, nos moldes da que sofreu o atacante uruguaio Suárez, que foi suspenso por quatro meses após morder o zagueiro italiano Chiellini, mas as demais autoridades presentes não entenderam da mesma forma.

O Cruzmaltino tentará recorrer da decisão assim como já havia feito na outra punição que o camisa 31 sofreu, quando deu um tapa no rosto do zagueiro Alisson, do Paraná, e pegou dois jogos de suspensão. Na ocasião, o clube conseguiu um efeito suspensivo e o julgamento no Pleno ainda não teve uma data definida.

Kléber chegou ao tribunal acompanhado do advogado do Vasco, Osvaldo Sestário, o supervisor do clube, Bruno Coev, e o assessor de imprensa Vinícius Gonçalves. 

Sestário utilizou vídeos com imagens dos atacantes Fred, do Fluminense, e Emerson Sheik, do Botafogo, em jogos contra o Grêmio, pelo Brasileirão da Série A, onde os jogadores também empurraram o rosto de um adversário e, em seus julgamentos, tiveram a denúncia de agressão descaracterizada. 

O Gladiador foi convocado para depoimento e negou que tenha agredido Geladeira.

"Queria deixar bem claro que, em nenhum momento, teve agressão e eu tive a intenção de agredí-lo. Realmente empurro, até para não ter problema em relação a discussão. Era mais para afastar e acabar a discussão", disse.

Kléber, então, foi indagado se acreditava numa perseguição do STJD com sua pessoa, e ele respondeu:

"Não. Nunca disse que me sinto perseguido. Disse que, realmente, dentro de campo, a arbitragem tende a tomar cuidado com certos jogadores e eu me incluo no caso".

Por fim, a Procuradoria questionou se ele tinha ciência de que atuava contra o Vila Nova sob efeito suspensivo.

"Eu estava ciente. Infelizmente, acabou acontecendo e fiquei muito chateado, porque não tive a intenção de agredi-lo. Acabei respondendo a uma provocação de certa forma hostil", disse o camisa 31.

A punição, embora não tenha sido branda, foi considerada satisfatória para a defesa do jogador.