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Luxa diz que chama jogador de 'negão' e questiona racismo no futebol

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/08/2014 19h30

As ofensas racistas ao goleiro Aranha, do Santos, durante confronto contra o Grêmio, na última quinta-feira, repercutiram no Flamengo. Nesta sexta, o técnico Vanderlei Luxemburgo foi questionado sobre o assunto e não fugiu ao isentar a torcedora que apareceu nas imagens da ESPN chamando o jogador de ”macaco”. Para o treinador, o caso não deve ser considerado racismo e apenas falta educação.

“Tenho certeza que aquela menina deve ter amigos negros que convivem com ela. Foi uma ira momentânea que ultrapassou o limite da educação. O Pelé sofreu a vida toda com isso. Eu mesmo o chamei de negão em um jogo. Brincando com o Robinho fui processado [chamou o jogador de picolé de asfalto]. Eu chamo jogador de “negão”. A minha filha é casada com um negro de olhos verdes e nasceu uma menina bonita para caramba. Estão aproveitando a visibilidade do futebol. Tem gay no futebol. Falam? E aí?”, questionou.

Luxa também recordou o movimento “Somos Todos Macacos”, criado depois de Daniel Alves comer uma banana atirada por torcedores em jogo do Campeonato Espanhol, para tratar o tema de outra forma.

“Não sou macaco. Sou um cidadão e devo respeitar outro cidadão. Tratam o racismo no futebol como se fosse na sua essência. O Mike Tyson era negro e desestabilizava seus adversários chamando-os de crioulo, gay... É uma competição. Racismo para mim é quando você é proibido de entrar em um restaurante por ser negro”, encerrou.

O Grêmio identificou e puniu cinco torcedores diretamente pelos atos racistas. Patrícia Moreira, flagrada pelas câmeras de televisão xingando o goleiro santista, era sócia e está suspensa do quadro. O trâmite interno do clube começa com a suspensão e posteriormente exclusão permanente.