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Blatter reafirma Copa na Rússia e avisa: boicote nunca resolveu nada

Das agências internacionais, em Kitzbuehel (Áustria)

02/09/2014 18h08

A ameaça de boicote de algumas nações à Copa do Mundo de 2018 e o papel controverso da Rússia em uma das grandes crises políticas e militares internacionais que o mundo vive atualmente não afetam o julgamento da Fifa sobre a organização da competição. Nesta terça-feira, o presidente da entidade, Joseph Blatter, reafirmou o apoio à realização do Mundial em solo russo e minimizou as críticas feitas recentemente.

“Nós não estamos com qualquer dúvida sobre a Copa do Mundo na Rússia”, afirmou Blatter, em evento realizado em Kitzbuehel, na Áustria, de acordo com a agência alemã DPA. “(Boicote) nunca resolveu nada”, complementou o dirigente, sobre a ameaça feita inicialmente pela Holanda, mas que poderia ser seguida por outras nações nos próximos anos.

A Rússia tem sido criticada por conta da ocupação da Criméia, área ucraniana, e da atuação na crise que levou o país do leste europeu a viver confronto armado. Os ucranianos agora se dividem entre pró-Russia e pró-União Europeia, sendo que os russos têm permitido um abismo aberto entre as potências do ocidente, com ameaças e sanções de ambos os lados. Nesta terça, o governo ucraniano admitiu que perdeu o aeroporto de Lugansk, no leste do país, e que forças de segurança se retiraram após ficar sob cerco russo.

Na última semana, o presidente russo, Vladimir Putin, se mostrou confiante no fato de a situação geopolítica do país não influir na organização da Copa do Mundo. “A Fifa sempre diz que o futebol e o esporte estão fora da política, e eu acho que essa é a forma certa de encarar a questão”, apontou o dirigente. O país europeu programou um Mundial com 12 estádios em 11 cidades – Moscou vai ter duas arenas.

A Copa do Mundo de 2018 não é a única sob críticas internacionais. A edição de 2022, programada para o Catar, ainda sofre com denúncias de abusos de trabalhadores e escravidão no país, além de acusações de corrupção na eleição que o definiu como sede. O Comitê de Ética da Fifa está investigando o processo que levou à escolha dos dois países, realizado em dezembro de 2010.