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Depoimento de Patrícia terá segurança reforçada por risco de agressões

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

03/09/2014 12h17

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul chamou reforços prevendo a possibilidade de protesto popular durante o depoimento da jovem Patrícia Moreira, que foi flagrada cometendo atos racistas contra o goleiro Aranha, do Santos, na Arena do Grêmio, na última quinta-feira. Nenhuma atividade popular será tolerada na 4ª Delegacia de Polícia, onde ela prestará esclarecimentos nesta quinta, e nem mesmo o horário correto é divulgado.

Segundo o comissário Lindomar Souza, o Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (GOE) irá reforçar a segurança na porta da delegacia. Há o temor que protestos ou mesmo tentativa de agressões à moça ocorram.

"Não vamos tolerar nenhum tipo de manifestação", informou o comissário.

Além de contar com reforço na segurança, a Polícia Civil ainda evita divulgar com precisão o horário do depoimento. A única informação divulgada é que será pela manhã. Os depoimentos começam às 9h e podem durar até o meio-dia.

Patrícia Moreira, de 23 anos, confirmou presença para prestar esclarecimentos na quinta. Aos poucos, a polícia está ouvindo suspeitos e pessoas que possam identificar os responsáveis pelos xingamentos ao goleiro do Santos.

Os suspeitos são confrontados com imagens do sistema de câmeras do estádio e também cedidas pela ESPN. Após isso, comprovando-se os atos, eles serão indiciados e posteriormente julgados. Se forem considerados culpados no julgamento, a pena por injúria racial vai de 1 a 3 anos de detenção.

Líder de organizada diz que nunca viu racismo

Nesta quarta-feira pela manhã líder da torcida organizada Geral do Grêmio, Rodrigo Rysdyk, conhecido como Alemão da Geral, prestou depoimento para auxiliar na identificação de suspeitos. Rapidamente, na saída da delegacia, disse que jamais presenciou atos racistas na torcida do time gaúcho.

O Grêmio será julgado nesta quarta-feira no STJD por conta de tais atos. Entre as penas possíveis estão a exclusão da Copa do Brasil, perda de mando de campo de 5 a 10 jogos e ainda aplicação de multa.