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Advogado que salvou Flu do rebaixamento tem cada vez mais poder

Além da admiração dos tricolores, Bittencourt ganhou notoriedade nos tribunais - Armando Paiva/Fotoarena
Além da admiração dos tricolores, Bittencourt ganhou notoriedade nos tribunais Imagem: Armando Paiva/Fotoarena

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

04/09/2014 06h00

Um nome cresceu de forma meteórica nos bastidores do Fluminense nos últimos meses. Desde o final do ano passado, o advogado Mário Bittencourt assumiu a diretoria executiva do departamento jurídico do clube, ganhou o direito de comandar o futebol como vice presidente e ainda viu sua influência decolar com a saída de outros dirigentes das Laranjeiras e quedas de braço vencidas.

Mário Bittencourt já tinha força no Fluminense antes do julgamento de Portuguesa e Flamengo no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), que determinou a permanência do clube na Série A no final do ano passado. Ele já havia comandado o futebol no final de 2009, em arrancada histórica contra o rebaixamento, e no primeiro semestre de 2011. Mas sua influência nunca foi tão grande quanto atualmente.

O último episódio que comprova a ascensão de Mário no Fluminense foi a queda de braço com o vice presidente de projetos especiais Pedro Antônio Ribeiro, outro dirigente que vinha ganhando influência nas Laranjeiras nos últimos tempos e responsável pela construção do CT. Após discussão sobre o futuro do diretor de futebol Paulo Angioni, Bittencourt conseguiu a manutenção do executivo e viu o ‘oponente’ deixar o clube e voltar quatro dias com poderes restritos ao projeto do centro de treinamento.

Se Pedro Antônio permaneceu no Fluminense, outros dirigentes deixaram as Laranjeiras numa verdadeira debandada desde o começo do ano. Hoje, Mário Bittencourt é um dos poucos remanescentes da diretoria que iniciou 2014. Afastaram-se do Tricolor o diretor geral Jackson Vasconcellos, o vice de futebol Ricardo Tenório, o diretor de futebol Felipe Ximenes, o vice de marketing Idel Halfen e o gerente de arenas Carlos Eduardo Moura, entre outros.

A debandada abriu espaço para que Mário se tornasse o homem mais respeitado e influente da diretoria atualmente. Ele foi o único dirigente a ganhar espaço no clube nos últimos meses, acumulando até mesmo duas diretorias importantes como o futebol e o jurídico, com o aval para seguir remunerado pelo Tricolor mesmo como vice presidente, algo que foi contestado inicialmente por integrantes da oposição.

A exposição cada vez maior de Bittencourt e o respeito conquistado junto à torcida tricolor no julgamento de Portuguesa e Flamengo no fim do ano passado o transformaram de forma precoce em favorito para a eleição presidencial de 2016, já que ele não esconde o sonho de assumir o principal cargo do clube.  O apoio de torcedores será fundamental no pleito, uma vez que o programa de sócio torcedor (atualmente com quase 23 mil adeptos) dará direito a voto direto a quem se associar até a primeira metade de outubro.

A passagem pelo futebol também tem ajudado Mário. O trabalho do advogado conta com a aprovação de grande parte da torcida tricolor. Tanto é que o nome do dirigente foi poupado de protestos após a eliminação na Copa do Brasil diante do América-RN em pleno Maracanã, com um 5 a 2. Pelo contrário, ele segue mais em alta que nunca nas Laranjeiras.