Excesso de desfalques fazem 'polêmico' André seguir nos planos do Atlético
Desde o início desta temporada, o Atlético-MG tem convivido com muitos desfalques e isso faz com que jogadores que pareciam descartados, voltem a ter chances. É o caso de André, que voltou de empréstimo no início do ano, após passagem ruim pelo Vasco, acabou ficando no elenco e segue recebendo chances com Levir Culpi. Mesmo após a polêmica foto ‘apagado’ na balada, que ‘rodou’ pelas redes sociais, o atacante é alternativa para Levir Culpi e um dos quatro que voltam a ficar disponíveis contra o Corinthians, nesta quinta.
Os problemas de desfalques aumentaram drasticamente nas últimas partidas. Diante do Botafogo, no domingo, Levir Culpi perdeu 15 jogadores por contusões, suspensões e convocações para seleções brasileiras. Dessa forma, o treinador atleticano teve dificuldades até para montar o banco de reservas, quando teve apenas seis atletas, sendo dois goleiros e somente quatro de linha.
Nessa situação, não há como deixar jogadores que estejam em condições de jogo para ficar como opção nem que seja no banco de reserva. E André estará de volta contra o Corinthians, após cumprir suspensão na vitória sobre o Botafogo, por 1 a 0, domingo passado, no Independência. Apesar das sucessivas chances recebidas por Levir Culpi, o “Bebezão”, como é chamado por parte da torcida, não consegue se firmar e é duramente criticado por torcedores. No jogo em que venceu o Palmeiras, por 2 a 0, na última quinta-feira, quando se classificou para as quartas de final da Copa do Brasil, alguns atleticanos levaram uma faixa de protesto contra André, em que brincava com o seu apelido: “André Beberrão, fora".
O centroavante viveu apenas um bom momento em seu retorno ao Atlético-MG no começo desta temporada. E isso aconteceu em série de amistosos na China, quando marcou cinco dos seus oito gols assinalados nesta temporada. Além de não render em campo, ele se envolveu em polêmica fora de campo. Torcedores postaram fotos nas redes sociais do atleta apagado às 7h43 da manhã. Depois disso, André voltou a conviver com baixa no Atlético e foi alvo da preocupação do treinador.
"Ele é um jogador que tem uma característica muito boa para a posição, tem muita técnica, talvez ele tenha de repensar alguma coisa, não sei exatamente o que ele tem feito fora (de campo), mas talvez alguma coisa de errado está acontecendo", disse Levir Culpi. “É momento de reflexão. Mas vem aquela história, talvez ele nem saiba o que está acontecendo, é uma coisa natural, porque ele aprendeu desta maneira. É uma situação que o técnico tenta intervir, mas é difícil, cada um é dono dos seus atos", acrescentou o treinador.
Nos dois últimos jogos, André engrossou a lista de problemas do técnico Levir. Após a foto da balada, o jogador perdeu a vaga de titular, foi utilizado diante do Coritiba e Palmeiras, ambos entrando no decorrer dos duelos, mas sem o menor destaque. Contra o time paulista, na Copa do Brasil, na partida de volta, ficou de fora do banco por causa de uma crise de sinusite, deixando o comandante sem um homem de ataque como opção. No domingo, contra o Botafogo, estava suspenso.
Com muitos problemas e momento de baixa do titular Jô, que não marca gols há 18 jogos, em seu maior jejum com a camisa do Atlético, André voltará a ser opção de Levir Culpi para “engrossar” o banco de reservas nesta quinta-feira, contra o Corinthians, pelo Brasileirão, mas precisará reverter o quadro negativo pela noitada e também por não marcar gols em jogo oficiais desde o dia 18 de maio.
André não é o único nessa situação. Desde quando começou a conviver com mais problemas de desfalques, Levir Culpi passou a ser obrigado a dar rodagem ao elenco atleticano e a utilizar atletas que vinham esquecidos no clube. Neste período, dos atletas à disposição, apenas o zagueiro Tiago, recentemente contratado, e o jovem volante Paulinho, da base, não foram ainda utilizados.
Outro caso é do volante Fillipe Soutto, que vive momento de baixa na carreira. O jogador chegou a pedir para deixar o Atlético no meio da temporada, para ter a oportunidade de atuar com regularidade em outro clube, mas não obteve liberação. Nos últimos jogos, o atleta tem ficado no banco de reservas e até entrou no segundo tempo diante do Botafogo, ganhando nova chance depois de quatro meses e apenas um jogo no ano.
“Aguardei muito tempo para voltar a jogar, tive paciência, fiz o meu trabalho e fico feliz por ter contribuído com a vitória nesse jogo. Mas preciso de sequência, isso é muito importante para me firmar na equipe, quero ter essa sequência”, observou o jovem volante, formado na base do Atlético.
Há o caso do lateral esquerdo Emerson Conceição, que foi muito criticado pela torcida quando teve sequência de titular com Levir Culpi, após a sua chegada ao clube, em maio e por pressão foi barrado por Pedro Botelho. O atleta, porém, volta a jogar pela contusão do então titular e tenta amenizar a bronca das arquibancadas para poder se firmar no setor.
Na defesa, o zagueiro Jemerson foi o principal beneficiado com a sequência de contusões do então capitão Réver, que passou por nova cirurgia no tornozelo esquerdo, devendo perder todo o restante da temporada. O jovem defensor se tornou titular e tem sido elogiado em sequência por Levir Culpi, ao lado de Leonardo Silva.
O presidente Alexandre Kalil reconhece que o excesso de desfalques tem dificultado o trabalho de Levir Culpi. “Está indo tudo bem, estamos passando por momento difícil, mas este negócio de contratação, mostramos que nós temos, temos de dar chance para esta meninada que está aparecendo aí”, disse.
Os desfalques geram dificuldades para o técnico Levir Culpi dar continuidade e entrosamento ao time titular, já que tem sido obrigado a fazer mexidas em sequência na equipe. Porém, os resultados em campo melhoram e não refletem os problemas. O Atlético não perde há cinco jogos, quando venceu quatro vezes e empatou uma. A defesa não leva gols neste mesmo período, sendo a base para a reação do time.
O técnico Levir Culpi, por sua vez, se mostra tranquilo em relação aos problemas e vê o elenco atleticano bem formado para suprir as ausências. “Eu não fico preocupado com os caras que não podem me ajudar. Se eles não podem jogar pelo Atlético, eles não podem me ajudar. A gente tem de dar atenção para quem pode jogar. Fui ajustando o elenco e contando com quem eu posso utilizar, sem preocupar com quem não pode ajudar”, explicou.
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