Topo

Sabe por que o Monaco liberou James e Falcao? Até a realeza está envolvida

Bilionário, Rybolovlev encara relação estremecida com príncipe Albert II  - Eric Gaillard/Reuters
Bilionário, Rybolovlev encara relação estremecida com príncipe Albert II Imagem: Eric Gaillard/Reuters

Do UOL, em São Paulo

11/09/2014 06h00

Em poucas semanas o Monaco perdeu “apenas” James Rodriguez, vendido para o Real Madrid, e Falcao García, emprestado para o Manchester United. A empolgação da torcida pela volta à Liga dos Campeões depois de nove anos foi substituída pela sensação de desmanche, com direito a pedidos de reembolso de ingressos. Mas o cenário não é fruto apenas de negócios do futebol. Um divórcio bilionário e uma relação conturbada com a família real do principado ajudam a explicar o movimento.

Dono do time, o russo Dmitry Rybolovlev trocou os investimentos exorbitantes por uma política financeira mais comedida. Alguns motivos resumem a mudança de rumo. O primeiro, negado por Rybolovlev, foi seu divórcio com Elena após um casamento de 20 anos. Um tribunal suíço o condenou a pagar para sua ex-mulher quase R$ 10 bilhões, metade de sua fortuna pessoal.

A relação com o príncipe Albert II também não anda das melhores. Quando comprou 66,67% do Monaco em dezembro de 2011, Rybolovlev foi elogiado pelo príncipe. O clube estava mal, nas últimas posições da segunda divisão do Francês. O bilionário russo já residia em Mônaco e decidiu assumir o comando da equipe. A médio prazo, esperava ganhar a cidadania local definitivamente, algo que só o príncipe pode conceder. E isso ainda não aconteceu.

Na gestão de Rybolovlev, o Monaco voltou à primeira divisão depois de um ano e meio e na temporada passada se classificou à fase de grupos da Liga dos Campeões após nove anos de ausência. O russo esperava um reconhecimento maior por parte do príncipe, mas o que recebeu nas últimas semanas foi o fato de Albert II ter deixado o estádio antes do fim da partida inaugural do Francês, reforçando a suspeita de uma relação estremecida entre eles.

Rybolovlev também esperou uma ajuda financeira do principado que não veio. Como Mônaco é livre de tributação, o clube local precisou pagar uma taxa de R$ 150 milhões à liga francesa, já que os demais times vivem sob o regime de impostos da França. O principado havia sinalizado que pagaria metade dessa taxa, mas Rybolovlev teve que assumir toda a conta.

O fair play financeiro da Uefa, que já puniu PSG e Manchester City, também fez o Monaco tirar o pé do acelerador. Além disso, quando contratou James, Falcao e outras estrelas do futebol europeu, o clube esperava um retorno maior de investidores. “Achamos que teríamos mais patrocinadores, mas percebemos que isso vai levar mais tempo”, admitiu o vice-presidente do Monaco, Vadim Vasilyev, ao L’Equipe.

Vasilyev também disse que o bilionário russo segue comprometido em fazer do Monaco um time da elite europeia. No entanto, para um clube que há poucos meses projetou até a contratação de Cristiano Ronaldo, o cenário não é dos mais empolgantes. Nem para o príncipe, nem para os demais torcedores.