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Palmeiras conversa com Adidas, mas insatisfação com valores adia renovação

Palmeiras e Adidas têm relação de amor e ódio ao falar de renovação - Divulgação/Adidas
Palmeiras e Adidas têm relação de amor e ódio ao falar de renovação Imagem: Divulgação/Adidas

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo*

16/09/2014 06h01

Palmeiras e Adidas têm tido dificuldades para entrar em um acordo no que diz respeito à renovação de acordo. Clube e fornecedora de materiais esportivos mantêm conversas diárias sobre a possibilidade de renovar o contrato, que termina em dezembro de 2014, mas ainda não passaram da fase da assinatura do chamado memorando de entendimentos.

Essa prática é comum e foi necessária para que as conversas pudessem caminhar no aspecto jurídico, mas não garantem nenhum tipo de acordo. Há parte da diretoria que teme, inclusive, por uma falta de acordo até o fim do ano, o que faria o time entrar em 2015 sem patrocinador e sem fornecedor de material esportivo.

O principal ponto em discussão é a mudança dos termos do contrato atual. Os diretores palmeirenses acham inadmissíveis os valores praticados atualmente, especialmente por estarem em um patamar inferior aos do Fluminense, clube carioca que tem menor torcida, vende menos e fatura aproximadamente R$ 20 milhões anualmente, R$ 3 milhões a mais que os paulistas faturaram entre 2011 e 2013.

A exceção neste valor foi em 2014, quando o clube comemora seu centenário e teve um aporte maior, com cerca de R$ 19 milhões. Vale destacar que, nos valores, não está incluindo o chamado enxoval, que corresponde à verba investida em material. Esse acordo foi fechado ainda em 2010 por Luiz Gonzaga Belluzzo, então presidente.

Para efeito de comparação, os produtos alviverdes chegaram a ocupar a quinta colocação no ranking de vendas da multinacional, só atrás de Real Madrid, Milan, Chelsea e Bayern de Munique, gigantes que têm a marca forte e conseguem vender no mundo inteiro.

Não à toa, os palmeirenses pretendem chegar a um valor semelhante ao do Flamengo. O contrato com o clube de maior torcida do país é de mais de R$ 380 milhões distribuídos nos dez anos de duração. Sabem, no entanto, que igualar essa marca é impossível.

Há, ainda, algumas outras insatisfações que dizem respeito à distribuição de materiais esportivos, tanto no clube quanto nas lojas. O UOL Esporte presenciou isso nos Estados Unidos, onde as lojas da Adidas comercializavam itens do Fluminense e do Flamengo, mas nenhum do Palmeiras.

Em contrapartida, o que joga contra o time paulista é a falta de um interessado que possa fazer frente à apresentada pela a atual parceira. Por isso, há conselheiros e diretores que tratam o acordo como uma tendência, mesmo sem que ele atenda todas às expectativas alviverdes. Eles admitem, no entanto, que uma boa proposta possa colocar fim à parceria que dura desde 2006.

Internamente, a Adidas reclama do jeito que o marketing palmeirense e seu presidente, Paulo Nobre, conduzem as negociações. Via assessoria, diz que não comentará assuntos relativos à renovação.

*Colaborou Pedro Lopes