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Grêmio teme ânimo acirrado contra Santos e despista sobre frase de Felipão

Grêmio e Santos voltam a se enfrentar pela primeira vez após polêmica entre Aranha e torcedores gremistas em 28 de agosto - FERNANDO GOMES/Agência RBS/ESTADÃO CONTEÚDO
Grêmio e Santos voltam a se enfrentar pela primeira vez após polêmica entre Aranha e torcedores gremistas em 28 de agosto Imagem: FERNANDO GOMES/Agência RBS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

17/09/2014 14h51

O diretor de futebol do Grêmio, Rui Costa, prevê ânimos acirrados nesta quinta-feira para o jogo diante do Santos, em Porto Alegre, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro. A partida será a primeira entre as duas equipes desde o encontro pela Copa do Brasil em 28 de agosto, também na Arena Grêmio, marcado pelas manifestações racistas de parte da torcida gremista.

Para Rui Costa, os dois times se enfrentaram em cenário atípico, já que, segundo ele, o clube gaúcho tem sido alvo de generalizações negativas desde o incidente. Em entrevista à “ESPN Brasil”, o dirigente reclamou que até mesmo atletas do Santos têm criado um clima ruim diante dos problemas ocorridos na Copa do Brasil.

“Infelizmente, depois disso (jogo de 28 de agosto), tivemos manifestações - inclusive do (Edu) Dracena, que é capitão da equipe - verbalizando que o Grêmio deveria ser banido do futebol. Tivemos manifestações de cunho generalista, como se a torcida do Grêmio fosse racista. Isso causa um ambiente um pouco diferente daquele que seria para o jogo contra o Santos, mas vamos ter que lidar com isso”, afirmou Rui Costa.

O diretor gremista foi taxativo ao criticar as “manifestações dos atletas do Santos”, pedindo responsabilidade pelas declarações e admitindo um clima ruim para o confronto desta quinta-feira. “Temos que separar de forma clara uma situação da outra. Existe um desconforto com o jogo de amanhã? Claro que existe, muito em função dos desdobramentos que esse episódio teve”, declarou também.

O dirigente foi ainda questionado a respeito das declarações do técnico Luiz Felipe Scolari, que questionou nesta terça-feira se a imprensa cairia na “esparrela do Aranha de novo”. O discurso do treinador reforçou a tese de Adalberto Preis, vice-presidente do Grêmio, que afirmou em seu Twitter que o goleiro do Santos havia encenado o protesto diante das ofensas.

Segundo Rui Costa, Felipão “pode perfeitamente explicar para vocês (imprensa) o que quis dizer da forma que quis dizer”. “O que ele quis dizer, ele é que tem que de alguma forma contextualizar”, afirmou o dirigente, temendo pelo julgamento no Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

“Nós não queremos amanhã uma situação que possa acirrar o ânimo, sobretudo criar – ainda que em uma situação totalmente fora de contexto – um cenário que comprometa o julgamento”, afirmou.

O jogo está marcado para as 20h30 (horário de Brasília). A tendência é que a torcida do Grêmio manifeste-se nas arquibancadas, mas sem declarações de cunho racista. "Quando os jogadores do Santos entrarem em campo, vão ser vaiados, pressionados, como acontece em qualquer estádio", disse Rui Costa.