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Mesmo discreto, Del Nero reduz tempo e conduz coletiva de Dunga

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

17/09/2014 14h56

Pontual, Dunga tomou seu lugar no auditório da CBF às 11h desta quarta-feira e anunciou a lista de convocados da seleção brasileira para os amistosos contra Argentina e Japão, nos próximos dias 11 e 14, na China e em Cingapura, respectivamente.

Ao seu lado, o coordenador Gilmar Rinaldi e o presidente José Maria Marin também marcaram presença e responderam algumas perguntas de jornalistas sobre as equipes principal e olímpica, além da polêmica arbitragem do Campeonato Brasileiro. No entanto, era o quarto elemento da mesa que comandava as ações: o presidente eleito, Marco Polo Del Nero.

Mesmo em silêncio e procurando manter a discrição, o comandante da Federação Paulista de Futebol que assumirá a CBF em abril de 2015 controlou a entrevista coletiva. Partiu dele, por exemplo, a ordem para reduzir o tempo do contato com os jornalistas, dos habituais 45 minutos para 30.

Após pouco mais de 20 minutos de entrevista, Del Nero sinalizou aos integrantes do departamento de comunicação que só queria mais duas perguntas. E assim foi feito, frustrando os pedidos de parte dos mais de 100 jornalistas presentes que ainda queriam abordar outros assuntos com Dunga.

A determinação do presidente eleito da CBF visa impedir perguntas delicadas que possam gerar qualquer constrangimento a Dunga e sua comissão técnica. Nesta quarta, por exemplo, Marco Polo não queria que o polêmico corte de Maicon nos primeiros amistosos fosse relembrado, bem como questionamentos sobre jogadores não convocados.

Na ótica de Del Nero, perguntas que possam seguir uma linha que agrade a confederação serão bem vindas. Nesta quarta, por exemplo, uma equipe entrou em contato para uma reportagem sobre Olimpíadas e escutou que teria microfone aberto na coletiva. Gilmar Rinaldi foi perguntado sobre o assunto e discorreu sobre o planejamento da CBF, sendo seguido por Marin e Del Nero.

E as ordens de Marco Polo Del Nero serão cada vez mais constantes. Eleito antes da Copa do Mundo e com posse marcada para abril do próximo ano, o comandante da Federação Paulista já se mudou para o Rio de Janeiro com o intuito de iniciar a transição no comando.