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Aranha é vaiado e aquece longe de onde partiram xingamentos racistas

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

18/09/2014 20h00

O lado que o goleiro adversário aquece na Arena do Grêmio é, tradicionalmente, em frente a arquibancada. Não nesta quinta-feira. Após os xingamentos racistas do jogo entre Grêmio e Santos no último dia 28, o camisa 1 do visitante teve lado alterado e ouviu muitas vaias logo que pisou no gramado, mas nenhuma palavra de cunho racista.

Aranha, não esboçou reação alguma. O goleiro pisou no campo, ouviu vaias, e se dirigiu à meta em frente às cadeiras. Ali aqueceu junto com Gabriel Gasparotto.

Naturalmente, quem fica perto das cadeiras são os goleiros do Grêmio. Marcelo Grohe e Tiago, porém, aqueceram no lado oposto nesta quinta.

A estratégia visa distanciar ao máximo o camisa 1 do time oponente do local de onde partiram os xingamentos racistas no duelo da Copa do Brasil, no último dia 28.

Poucos torcedores estavam nas cadeiras e arquibancadas da Arena quando Aranha entrou, às 19h50. Aranha cumprimentou os santistas, de longe, ouvindo palavrões mas nenhum de cunho racista.

Grêmio e Santos jogam pela terceira rodada do segundo turno do Brasileirão nesta quinta-feira às 20h30.

Por conta dos atos do duelo pela Copa, o Grêmio foi excluído da competição e busca reverter a pena no julgamento no Pleno marcado para o próximo dia 26.

Grêmio preocupado com segurança e polícia distribui pulseiras

O Grêmio não escondeu a preocupação com a segurança e o objetivo de conter qualquer manifestação racista neste jogo. Tanto que o clube reforçou as câmeras de segurança para a partida e ainda contou com seguranças 'infiltrados' em meio aos torcedores. Tudo para evitar qualquer ação dos aficionados. 

Enquanto isso, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul abordou os torcedores na entrada da Arena antes do jogo e distribuiu pulseiras com a frase: "Não ao racismo". Os materiais eram brancos com letras em preto.