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Fluminense vê marketing reduzir campanhas e usa pouco fama de medalhões

O marketing do Fluminense tem a seu dispor estrelas como Fred, Conca e Cícero - Getty Images
O marketing do Fluminense tem a seu dispor estrelas como Fred, Conca e Cícero Imagem: Getty Images

Rodrigo Paradella

Do UOL, do Rio de Janeiro

26/09/2014 06h00

A fama de medalhões como Fred, Conca, Diego Cavalieri e Walter tem sido pouco aproveitada pelo Fluminense em campanhas de marketing neste ano. Nem mesmo o fato de o clube ainda estar longe de sua meta de 35 mil sócios-torcedores (atualmente são cerca de 23 mil) tem acelerado o aproveitamento desses atletas.

Dois fatores têm impedido o Fluminense de utilizar todo o potencial de seus jogadores: a falta de recursos no clube e as mudanças nos dois principais cargos do marketing tricolor. A diretoria, no entanto, argumenta que tem usado os jogadores em ativações isoladas e diz que novas campanhas estão sendo formuladas e devem sair do papel antes do fim do ano.

“Na verdade, temos usado bastante [as estrelas]. Está um pouco abaixo do que poderia, mas estamos preparando um relançamento do sócio-futebol e um reposicionamento de marca com a torcida e relacionamento com patrocinador e mercado publicitário em geral. Estamos começando a criar essas campanhas e devemos começar a usá-las em novembro ou dezembro”, argumentou o diretor de marketing do Fluminense, Rodrigo Terra.

"Temos feito estudos para avaliar características de cada jogador e saber, de fato, onde devemos usar cada um. O Fred temos usado em ações de relacionamento e sócio-futebol. Vamos usar o Conca, o Cavalieri, Fred e o Walter com bonecos na sala de troféus. Temos também a ideia de usar as estrelas e jogadores formados na base, que tem identificação imediata com o torcedor", complementou.

O prejuízo mensal de cerca de R$ 200 mil que tem sido registrado pelo clube neste ano é o principal adversário do trabalho do marketing tricolor. O Fluminense luta para pagar seus impostos em dia e pagar dívidas de gestões anteriores com o governo, valores que chegam a R$ 1,7 milhão por mês. O Fluminense, no entanto, nega que o problema seja decisivo.

“Hoje podemos usar plataformas com custo mais baixo. Seria maravilhoso trabalhar com uma grande verba de publicidade, mas acho que todos os clubes passam por isso e temos soluções para essa limitação”, avaliou Terra.

Enquanto os problemas financeiros atrapalham a viabilização dos projetos, a falta de continuidade dos dirigentes no departamento dificulta o planejamento no longo prazo. Neste ano, deixaram o clube Idel Halfen, ex-vice presidente de marketing, e Alexandre Vasconcellos, ex-diretor. Marcelo Gonçalves e Rodrigo Terra, respectivamente, assumiram os cargos.

“Não atrapalhou porque foi uma saída bastante suave, pude conhecer e trabalhar com os dois diretamente. O Alexandre chegou a trabalhar comigo. Todo o time foi mantido e continuo aproveitando o trabalho deles. Por mais relevantes que os dois fossem -e eram, continuamos um trabalho que já existia”, argumentou Terra, que hoje comanda outras nove pessoas no departamento, a mesma equipe de quando chegou ao clube, há quatro meses.

As dificuldades não desmotivam o Fluminense. A pouco mais de três meses para o fim do ano, o clube mantém a meta de 35 mil sócios-torcedores ao final de 2014. O clube, no entanto, perderá um de seus principais atrativos no fim de novembro, já que, a partir desta data, os novos associados não poderão participar das eleições de 2016.