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Quem assume a encrenca? Botafogo sofre para achar candidato à presidência

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/09/2014 06h07

O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, vive um verdadeiro inferno astral no clube, imerso em grave crise financeira e política. A situação é tão grave que atrasou a escolha do próximo candidato às eleições. Nesta sexta-feira é a data limite para inscrição e o nome definido para concorrer nas eleições de novembro foi do atual vice de comunicação, Thiago Cesário Alvim, no cargo desde 2009.

A escolha, no entanto, só aconteceu no último domingo, após várias outras opções. A chapa “Por Amor ao Botafogo” é apadrinhada pelo ex-presidente Carlos Augusto Montenegro, cujo objetivo era claro: evitar vários grupos políticos e fazer uma aliança entre todas as partes. Assim, se deu início a procura por um nome de consenso. Mas ela não foi tão simples assim.

O preferido era Manoel Renha, que participou da administração Bebeto de Freitas. Ele, no entanto, recusou a proposta. Em seguida foi a vez de Durcésio Mello, que deu para trás após aceitar o compromisso. Foi neste momento que Montenegro intensificou a tentativa de aliança com o “Mais Botafogo”, uma das principais oposição no clube.

O acordo estava encaminhado, mas o número de indicações para o futuro Conselho Deliberativo impediu o acerto entre as partes. O “Mais Botafogo” limitou o número e Montenegro desistiu da aliança. O ex-presidente precisava de alguém de sua confiança e disposto a assumir a encrenca. Não havia dúvidas. Thiago Cesário Alvim foi consultado e deu o aval, aceitou a convocação.

“A nossa demora em escolher se deu por esse motivo. Não iria ter candidato, pois queria união das chapas. Tentamos até os 45min do segundo tempo. Minha candidatura foi decidida no domingo, às 12h. Montenegro me ligou e perguntou se aceitaria o desafio, mesmo sabendo de todas as adversidades. Falei que estaria disposto a ser presidente. Me chamaram de maluco. Sempre fui maluco e continuo maluco. Alguém tem que botar a cara e ajudar o Botafogo. Jamais recusaria uma convocação”, disse Thiago Cesário Alvim, ao UOL Esporte.

E o conceito de união permanece em Thiaguinho, como é conhecido no Botafogo. Ele citou até o ex-presidente do Palmeiras Luiz Gonzaga Belluzo sobre o que poderia ocorrer após as eleições do Alvinegro. Cesário Alvim deixa claro seu posicionamento, na vitória ou na derrota.

“Gostei muito do que disse [Luiz Gonzaga] Belluzo [ex-presidente] do Palmeiras. Ele falou que é obrigação de todos os candidatos virarem situação após as eleições. Quero um Botafogo somando, não dividido. Muitos falam que eu deveria abandonar meu cargo, mas não abandono mesmo. Precisam da minha presença, não o Maurício. Faço tudo pelo Botafogo”, afirmou.

A única preocupação de Thiago Cesário Alvim é que os sócios-proprietários, que decidirão o próximo presidente do Botafogo, entendam o atual momento e a composição do grupo. Para ele, a chapa “Por amor ao Botafogo” não é da situação, mas apadrinhada por Carlos Augusto Montenegro.

“Participo da administração do Maurício como vice de comunicação desde 2009. Mas não sou candidato da situação. Sou candidato do Botafogo e apadrinhado pelo Montenegro. Precisaram da minha ajuda e sempre estarei à disposição desse clube. Antes de mais nada sou um torcedor apaixonado”, concluiu.