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Organizadas de Atlético e Cruzeiro são banidas por seis meses dos estádios

Do UOL, em Belo Horizonte

29/09/2014 19h10

Por recomendação do Ministério Público de Minas Gerais, as torcidas Galoucura, do Atlético-MG, Máfia Azul e Pavilhão Independente, do Cruzeiro, estão banidas, por um período de seis meses, por causa de atos de violência cometidos por essas organizadas. A medida vale não apenas em Minas, mas também em competições nacionais, que tenham a presença do Atlético e Cruzeiro, passando a valer do próximo dia 3 de outubro.

Além de não poderem frequentar estádios de futebol por seis meses, as três organizadas estão proibidas também de comparecer em cinco clássicos entre Atlético e Cruzeiro, após o término do prazo previsto, independente da data de realização ou do mando de campo.

“O banimento temporário consistirá na proibição do uso, porte e exibição de qualquer vestimenta, faixa, bandeira, instrumento musical ou qualquer objetivo que possa caracterizar a presença da torcida nos estádios ou seus respectivos entornos nos dias de jogos”, afirmou a ata da reunião que decidiu a punição.

A medida foi tomada em reunião, na sede da 14º Promotoria de Justiça da Capital, com autoridades responsáveis pela questão de segurança pública em Minas, como a coronel Claudia Romualdo Araújo, comandante de Policiamento da Capital (CPC), e outros dois oficiais da Polícia Militar,  o promotor de justiça Fernando Ferreira Abreu, entre outros, além do representante da Federação Mineira de Futebol, Hilário Félix dos Santos Júnior, que é assessor do departamento de futebol da FMF.

De acordo com a medida educativa de banimento temporário nos dias de jogos do país, consiste na proibição de circulação de integrantes das referidas torcidas em um raio de cinco quilômetros em torno dos estádios. Além disso, as organizadas Máfia Azul e Galoucura não poderão utilizar suas sedes em dias de clássico e também em jogos do time rival em Belo Horizonte.

“Permanecem as torcidas organizadas Galoucura e Máfia Azul nos dias de clássico Atlético e Cruzeiro utilizarem suas sedes, bem como nos dias em que houver jogo do time rival das respectivas torcidas. As sedes também não podem ser utilizadas sob pena de multa no valor de R$ 50 mil”, determinou.

Durante a reunião realizada, nesta segunda-feira, em Belo Horizonte, foram relacionadas as ocorrências envolvendo as três torcidas punidas, relacionadas ao clássico vencido pelo Atlético-MG pelo Campeonato Brasileiro. Em todos os casos, são comportamentos descritos como hostis e provocativos aos rivais, além de terem colocado em risco torcedores presentes em pontos de ônibus, vias públicas e nas proximidades do Mineirão.

Há o entendimento por parte do Ministério Público de Minas Gerais que houve descumprimento pelas referidas torcidas de acordos firmados previamente, que visavam evitar confrontos e colocar em risco a segurança pública.

“Diante do relato pode-se constatar que a participação das mencionadas torcidas organizadas em eventos esportivos tem contribuído para o acirramento dos ânimos entre torcedores do Clube Atlético Mineiro e do Cruzeiro Esporte Clube, resultando no agravamento da violência não só entre os membros das associações, mas também entre os torcedores não associados”, explicou.

Ainda segundo a ata da reunião, o saldo negativo do clássico do último dia 21 aponta para “quatro torcedores baleados, depredação do patrimônio público, inúmeras brigas entre membros das torcidas organizadas, agressão a torcedor desvinculado de torcida organizada, uso de artefatos explosivos, expondo a risco a população não participativa dos eventos”.

Cruzeiro e Atlético-MG serão julgados, nesta quarta-feira, pela Terceira Comissão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por causa de uso de artefatos explosivos no clássico do último dia 21, em que o Atlético-MG venceu o Cruzeiro, por 3 a 2, no Mineirão. A 'troca de bombas' ocorreu entre as organizadas Galoucura e Pavilhão Independente, duas das punidas por iniciativa do Ministério Público. Os dois clubes correm o risco de serem punidos com a perda de 20 mandos de campo. Antes do clássico no Mineirão, quatro integrantes da Galoucura foram baleados e um suspeito de dar os tiros foi preso, sendo identificado por membro da Máfia Azul.