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Cruzeiro confirma recurso ao Pleno do STJD contra perda de mando de campo

Do UOL, em Belo Horizonte

01/10/2014 23h36

Insatisfeito com a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva sobre o julgamento envolvendo os incidentes no clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG do dia 21 de setembro, o presidente Gilvan de Pinho Tavares confirmou que o time celeste irá recorrer no Pleno. As duas equipes, que foram duplamente denunciadas no artigo 213, perderam um mando de campo e multa de R$50 mil cada.

“Vamos recorrer porque exatamente eu considerei a decisão injusta, pois, de qualquer forma, acharam que o Clube tem que pagar por uma coisa que ele não fez. Se o Clube convocou a Polícia Militar e colocou seguranças, todo mundo viu nas imagens quantos seguranças tinham separando as torcidas com grades, para não deixar que uma passasse para o lado da outra. Gastou-se muito com essa segurança”, afirmou o dirigente.

Gilvan de Pinho Tavares fez questão de publicar uma nota oficial no site do clube para criticar a decisão do STJD e a atuação da Polícia Militar de Minas Gerais. Para o mandatário celeste, os policiais precisam voltar a atuar nos jogos realizados no Gigante da Pampulha. Ele também enumerou a série de medidas preventivas que o clube tomou para oferecer segurança aos torcedores.

Confira os principais trechos da nota do Cruzeiro:

“Hoje já conversei com nosso advogado no Rio de Janeiro e pedi a ele que solicitasse que fosse declarado, por escrito, o voto vencido, que foi um voto muito mais favorável aos clubes, e que o nosso advogado recorresse da decisão, porque a gente não pode concordar que o Clube de Futebol seja punido sem ter poder de Polícia. Todos assistiram os vídeos que mostraram um policiamento ostensivo muito grande e viu que nem ela conseguiu conter a tempo um dos bandidos, dos vândalos, que costumam vir em um campo de futebol, aquilo não é torcedor."

"A gente tem assistido os jogos do Cruzeiro e temos visto que a torcida está tendo um comportamento exemplar, mas, naquele dia, foi um jogo com duas torcidas e com um porcentual de torcedores do clube adversário. A gente sabe que foi feita, por parte da torcida adversária, uma manobra que a Polícia intitulou de `cavalo doido`, na qual esses torcedores adversários vieram, de certa forma, comportados até chegarem às catracas do Mineirão. Quando chegaram ali, eles partiram em correria para cima da Polícia, a confrontaram, machucaram alguns policiais e, inclusive um Coronel da Polícia. Desse modo, alguns passaram sem serem revistados e estes portavam bombas, sinalizadores, mas a Polícia foi lá prontamente e reprimiu o fato. Quando este começou a acontecer, aos 40 minutos do segundo tempo, o árbitro parou a partida e pediu que fossem tomadas as providências, mas continuou a partida e narrou na súmula que não teve nenhum incidente a mais, depois deste originado pelos estouros das bombas. Algumas destas bombas foram originadas da Polícia Militar que atirou granada de efeito moral, que gerou estrondos mais fortes, mas fizeram a ocorrência, prenderam os infratores. Essa prova toda foi feita, mas mesmo assim os Clubes foram punidos sob a alegação de que, se acontecer qualquer coisa, o Clube tem que ser punido e é um absurdo isso acontecer, atribuindo um poder ao Clube que ele não tem".

 “Nós precisamos começar a conduzir as coisas no esporte diferentemente da maneira que está sendo feita. Também é preciso que a Polícia Militar entenda, e eu sei que tem Coronel da PM que está com raiva do Presidente do Cruzeiro, que tem que falar sim e desabafar, igual o Presidente do Atlético também está falando. O fato de a PM não querer entrar dentro do estádio para dar segurança à população, é o maior absurdo do mundo. A própria Polícia viu que, se no último clássico, ela não estivesse presente no estádio, as coisas teriam sido muito mais graves, possivelmente teriam ocorrido muitas mortes dentro do estádio. É preciso que a Polícia dê segurança aos cidadãos que venham ao estádio.”

“Nós convocamos a Polícia Militar, colocamos aquela quantidade de seguranças, fizemos tantas reuniões com a PM, com as torcidas organizadas. A Polícia obrigou que eles todos viessem aqui conduzidos por ela, só que na hora que a tal torcida adversária foi entrar no estádio, fez aquele ‘cavalo doido’ e alguns passaram por cima da Polícia. Mas tudo que se podia fazer foi feito para esse clássico e mesmo assim teve esse incidente, por isso não se pode atribuir o ocorrido ao Clube, porque tomamos as medidas capazes de prevenir e reprimir, sendo que isso foi feito com as apresentações das ocorrências, das prisões, mostrando a quantidade de bombas e rojões que foram apreendidos, além de soco inglês. O Clube fez tudo o que podia e mais do que isso não pode fazer, por isso não deve ser punido, pois se tomou todas essas providências, já que o parágrafo terceiro, do artigo 213 fala que, se o Clube provar que tomou as providências e apresentar as ocorrências, ele estará liberado, não pode ser punido. Nós fizemos tudo isso e ainda fomos punidos, mesmo que por um jogo, mas fomos punidos”.