Presidentes de Cruzeiro e Atlético-MG criticam punição do STJD
Os rivais Atlético-MG e Cruzeiro se uniram também na reclamação da perda de um mando de jogo imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), nesta quarta-feira, por conta das confusões no clássico do dia 21, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro.
O presidente atleticano, Alexandre Kalil, considerou a pena pesada e criticou o fato de o alvinegro mineiro ter sido penalizado como visitante. Já o mandatário cruzeirense, Gilvan de Pinho Tavares, mostrou-se inconformado com a responsabilidade colocada para os dirigentes e clubes pelos atos de torcidas organizadas.
“Triste, saio decepcionado, futebol está caminhando para umas decisões que não nos deixam satisfeitos, éramos visitantes, não tínhamos responsabilidade. Precisamos olhar o futebol com olho mais crítico quanto ao futuro. O Atlético continua de mãos atadas como visitante, a decisão vai manter as mãos amarradas e atadas do Atlético como visitante”, disse Alexandre Kalil, em entrevista à Rádio Globo.
O dirigente atleticano não poupou críticas à punição de perda de um mando de campo e multa de R$ 50 mil para cada clube. “Não gostei, achei que a pena para o clube foi pesada. Vamos reunir com o departamento jurídico do clube e ver o que é possível fazer”, afirmou.
“Pelo menos não aconteceu a maior excrescência, que é o jogo de portão fechado. Isso atinge a inteligência de qualquer um. É uma excrescência. Mas não aconteceu. Vamos ver se vamos apelar. Mas dos males o menor, poderíamos tomar até 20 jogos, pegamos apenas um e uma multa”, acrescentou Kalil.
Gilvan de Pinho Tavares criticou a atribuição de culpa dada aos clubes mineiros e seus dirigentes por não prevenir e reprimir a desordem no clássico. “A Procuradoria da Justiça está querendo atribuir poderes a clubes e presidentes que não tem. Já ouvi polícia dizendo que não querem trabalhar dentro do estádio e fora apenas com bala, metralhadora. Em meio a torcidas organizadas, temos torcedores que são bandidos”, afirmou.
“Como um presidente de clube pode chegar a uma catraca, impedir que marginais que machucaram a policia, machucaram um coronel da polícia? O presidente não pode fazer nada. Quem tem de proteger é a Polícia, ela tem obrigação de policiar e punir eventos. Não somos nós que fazemos as leis, que temos de fiscalizar o torcedor e ser punido no tribunal, com pagamento de pena, ter de levar o nosso time a um local distante, com custos maiores. É preciso mudar o Código de Justiça Desportiva, pois não podemos ser punidos”, acrescentou o presidente do Cruzeiro.
Os dois rivais poderiam perder até 20 mandos de campos. Porém, os clubes conseguiram desqualificar a denúncia por arremesso de objetos, mas foram enquadrados por “deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto”. Atlético e Cruzeiro ainda não confirmaram oficialmente, mas irão recorrer ao Pleno do STJD pela punição recebida nesta quarta-feira.
Para Kalil, a punição não mudará em nada os problemas no futebol brasileiro. “Não queremos explorar o governo, queremos pagar, mas queremos dar segurança ao presidente do Cruzeiro, do Atlético, aos meus filhos. Veio para cá e puniu, já puniu antes e o que adiantou? Nada. Tudo como dantes no quartel de Abrantes”, disse.
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