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Palmeiras já tem clima de guerra antes das eleições para presidente

Wlademir Pescarmona, Paulo Nobre e Luiz Granieri, candidatos à presidência do Palmeiras - UOL
Wlademir Pescarmona, Paulo Nobre e Luiz Granieri, candidatos à presidência do Palmeiras Imagem: UOL

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

06/10/2014 06h01

O clima eleitoral que dominou o país no domingo (05) pautará os dois próximos meses no Palmeiras. Foram necessários apenas dois dias após a inscrição das chapas para que o jogo político passasse a dominar o ambiente nas alamedas palestrinas.

Com a confirmação de Luiz Gonzaga Belluzzo como vice-presidente da chapa de Wlademir Pescarmona, os adversários identificaram um fortalecimento na concorrência, mas também um ponto frágil para o ataque.

Explica-se: há uma grande ala no clube que defende que o ex-presidente foi o último que montou um time competitivo e que chegou a brigar pelo título do Campeonato Brasileiro. Por isso, conselheiros e diretores do atual presidente, Paulo Nobre, admitem que "a briga ficou mais séria agora". É comum você ouvir associados que dizem que vão "votar no Pescarmona porque acreditam em Belluzzo".

Ao mesmo tempo, ele é considerado alvo frágil na hora dos ataques. Ele deixou o time em alguns problemas financeiros com contratações que só pensavam no título da competição, sem calcular o risco que um fracasso esportivo - que de fato aconteceu - deixasse evidente negócios milionários com Valdivia e Kleber Gladiador, por exemplo.

Não à toa, ele teve suas contas reprovadas e viu uma sindicância que pede o afastamento dele e o fim dos direitos como conselheiro por um tempo determinado. O detalhe é que, apesar desse processo estar sendo conduzido há muito tempo, apenas agora veio à tona.

É esse o argumento da chapa de Pescarmona para defender Belluzzo. Tratam a sindicância como algo de oportunismo político e ressaltam outros feitos positivos, como a aproximação com a WTorre, construtora responsável pelo Allianz Parque, e até a obtenção da CND (Certidão Negativas de Débitos) para que a arena pudesse sair, de fato, do papel.

Como contra-ataque, os que são contra a reeleição de Nobre lembram que ele tem o apoio de Mustafá, que rebaixou o Palmeiras em 2002 e indicou Arnaldo Tirone, que também fez a equipe disputar a Série B em 2013. Para piorar as coisas para o atual presidente, ele também vê o elenco montado por ele lutar contra aquele que seria o terceiro descenso na história. Citam ainda a falta de patrocínio máster e outras promessas de cunho político não cumpridas.

Em entrevistas recentes, Mustafá ainda disse que Nobre era seu filho político e que não poupará esforços para angariar votos para a reeleição, assim como o próprio conseguiu, apesar do péssimo momento esportivo vivido pós-Parmalat. O ex-presidente tem arrepios de ouvir sobre a possibilidade de ver o grupo que tanto lutou para derrubá-lo voltar ao poder.

Alheio à briga, Luiz Carlos Granieri tenta crescer com o rótulo de terceira via. Ele fala criar o GAP (Grupo de Apoio ao Palmeiras), com nomes importantes que possam auxiliar o clube em momentos decisivos, de crise ou até em busca de novos parceiros. Como ainda não teve tanta exposição, fica mais difícil que ele sofra ataques, mas também há mais dificuldades em promover sua campanha.

Os três passarão pelo filtro do Conselho Deliberativo no próximo dia 13 de outubro e precisarão de 15% de aprovação para que possam concorrer ao voto do associado. Se aprovados, sonharão com o posto de presidente do Palmeiras no fim de novembro, muito provavelmente, no dia 29.