Mano responde a Gobbi e diz que falar sobre renovação atrapalha elenco
Mano Menezes não quis entrar na discussão sobre o seu futuro no clube, um impasse tratado como “mico” pela presidência. Questionado sobre o assunto, o comandante do Corinthians disse que tratar do assunto nesse momento é uma “irresponsabilidade”.
“Não influencia em nada o meu trabalho. Eu sabia exatamente que era assim. Falar sobre isso nesse momento chega a ser irresponsabilidade com grupo que está aí. Nós temos de manter o foco na competição”, disse Mano, em entrevista coletiva, durante a sua primeira intervenção.
A resposta do técnico não era clara. Em um primeiro momento, ela parecia mais um ataque à imprensa, com quem ele vem tendo entreveros desde o começo do ano. Só que a polêmica, dessa vez, não partiu dos repórteres. Foi Mário Gobbi, presidente do clube, quem deu início à discussão ao dizer que o futuro de Mano deve ser atrapalhado pela eleição corintiana, marcada para fevereiro do ano que vem.
“Quem vai decidir o técnico em 2015 é o novo presidente. Não vou assinar um contrato por 30 dias, quem quer isso? Ninguém. Já que o Conselho Deliberativo vetou a antecipação da eleição, vamos pagar esse mico e ficar 30 dias aguardando o novo técnico. E quem vier põe seu novo técnico, lá tem uma equipe para treinar. Não posso assinar por 12 meses e dar para o presidente que vai chegar”, disse Gobbi.
Como o UOL Esporte mostrou nesta terça, a estratégia do presidente foi atacar os colegas conselheiros que vetaram uma mudança no estatuto há um ano, capitaneados pela ala ligada a Andrés Sanchez. O problema é que a medida política deixou Mano em saia justa.
“Se todos sabem a regra que está estabelecida, que a eleição será em fevereiro e essa situação só deve ser decidida por quem vai assumir a nova gestão, então é assim que funciona. Podemos deixar esse assunto parado. É mais tranquilo assim”, disse Mano, pedindo atenção total às competições que o Corinthians tem pela frente em 2014.
“Com qualquer especulação a gente não sabe o que pode gerar de consequência. Temos um treinador que tem seu modo de pensar. É bom tratar com respeito. E nós temos mais duas competições. Seus resultados influenciarão nisso também”, emendou o treinador.
Foi a primeira vez que Mano teve de responder de forma mais incisiva a uma questão que vem rondando seu dia-a-dia nos últimos meses, desde que a imprensa começou a noticiar especulações sobre o que ocorrerá em 2015. Nos bastidores, possíveis candidatos da situação e da oposição mostram pouco interesse no atual treinador, que até por isso passou a ter seu futuro ameaçado.
No cenário pintado por Gobbi, Mano sai de cena ao fim de seu contrato, em 31 de dezembro de 2014, e os auxiliares Fábio Carille e Sylvinho tocam o time no começo da próxima temporada. O treinador deixa claro, no entanto, que uma solução diferente pode aparecer, como também imaginam seus pares no departamento de futebol.
“O Corinthians já passou por situações como essa. Logo logo a situação se clareia mais entre as pessoas que vão disputar. E uma conversa entre as partes talvez estabeleça uma realidade mais objetiva para a próxima temporada”, disse Mano, sinalizando que os diretores de Gobbi podem entrar em acordo com candidatos antes da eleição ser consumada.
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