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Revelado com Robinho vira ídolo na Itália e deve isso a Elano e Rincón

Rafael é goleiro do Hellas Verona - Maurizio Lagana/Getty Images
Rafael é goleiro do Hellas Verona Imagem: Maurizio Lagana/Getty Images

Leandro Carneiro

Do UOL, em Milão (Itália)

09/10/2014 06h00

Revelado ao lado de Diego e Robinho no Santos, o goleiro Rafael é pouco conhecido no Brasil. O mesmo não se pode dizer em relação a Itália. Há sete anos defendendo o gol do Hellas Verona, da primeira divisão italiana, o jogador é o único a ter sua camisa exibida na loja oficial do clube, além de astros consagrados como Luca Toni e Rafa Márquez.

Mas, para chegar até aqui não foi fácil. Depois de uma passagem sem muito destaque no Santos, o jogador chegou a ficar desempregado. Essa situação só melhorou quando Elano, que também fazia parte do time campeão brasileiro em 2002, pediu uma oportunidade para Rincón, que treinava o São Bento em 2007.

“Eu tenho muita amizade com Elano, pessoa que me ajudou muito, até se estou aqui hoje, se tive oportunidade, foi porque ele na época do São Bento conversou com Rincón e me deu oportunidade de mostrar meu trabalho, e acabei voltando jogar”, disse Rafael em entrevista ao UOL Esporte.

“Quando Elano conversou e falou Rafael está desempregado, precisando de oportunidade, Rincon falou: ‘não, que isso, Rafael é ótimo goleiro, ótimo menino, manda para cá, fala para me ligar que vou dar oportunidade de treinar, se ele se dedicar, vai ser uma opção’. Quem me deu oportunidade de jogar no Brasil foi o Rincón”, completou.

Rafael chegou a jogar na conquista do Campeonato Brasileiro pelo Santos após Júlio Sérgio se machucar. No entanto, o desempenho do goleiro não foi dos melhores e Fabio Costa, que era bem mais experiente, assumiu o lugar e acabou como um dos destaques do título.

Do São Bento, o goleiro resolveu jogar no futebol italiano. A opção foi o Hellas Verona, que em 2007, ano da transferência, disputava a terceira divisão do campeonato italiano.

“Foi oportunidade que tive, mesmo sendo na Série C, foi uma oportunidade que eu quis enfrentar porque eu achava que tinha tudo para demonstrar meu trabalho. Não adiantava esperar na Série A ou B. Tinha certeza que chegando aqui com trabalho e dedicação, eu poderia melhorar. Apostei nisso, se não desse certo, eu voltaria para o Brasil, mas deu certo”, afirmou.

Além de sete anos no gol do clube italiano e por fazer parte da campanha da terceira divisão até a elite, Rafael também virou ídolo da torcida por lances “malucos”. Contra o Ternana, na segunda divisão, ele resolveu tentar puxar um contra-ataque e fazer o gol no adversário.

“Na verdade, aquele lance foi bem estranho. A gente ganhava de 1 a 0 e tinha praticamente acabado. O time deles precisava ganhar de qualquer jeito e todo time veio para área, o goleiro deles estava próximo da nossa área. Ali, na minha cabeça, veio chutar direto no gol. Quando peguei a bola, todos estavam na área, pensei: ‘por que não ir com a bola para lá?’ Na minha cabeça foi um branco e eu parti. Deu certo, eu queria fazer o gol, mas quando vi chegando o marcador, eu passei a bola e ele fez o gol”, explicou o goleiro, que acredita que esse lance ajudou na idolatria que tem hoje.

“Os italianos gostam bastante dos brasileiro, isso marcou muito, foi uma loucura que não é normal acontecer como goleiro fazendo gol de cabeça ou de falta que são coisas que acontecem de vez em quando. Isso ajudou a aumentar os fãs, e eles tiveram certeza que eu poderia ajudar o Verona”, finalizou.

Além de Luca Toni e Rafa Márquez, outro nome consagrado que é companheiro de Rafael é o atacante Saviola, que, entre outros clubes, já defendeu o Barcelona.