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Quem decidiu foi Tardelli. Brasil de Dunga vence a Argentina em Pequim

Guilherme Costa

Do UOL, em Pequim (China)

11/10/2014 11h05

A camisa 9 da seleção ficou vaga após a fraca participação de Fred na Copa do Mundo. Diego Tardelli deu neste sábado (11) uma demonstração de que pode se consolidar como o dono da posição com o técnico Dunga. O atacante marcou os dois gols da vitória da seleção brasileira contra a Argentina, 2 a 0, na disputa do Superclássico das Américas, em Pequim.

O atacante do Atlético-MG fez um gol em cada tempo e ainda colaborou com o sistema defensivo, acompanhando o ataque rival.

Com esse resultado, o Brasil se sagra tricampeão do Superclássico das Américas. O duelo, aliás, foi primeiro teste de peso no retorno de Dunga à seleção. O treinador havia vencido seus dois primeiros amistosos por 1 a 0 contra Equador e Colômbia.

A partida no Ninho de Pássaro opôs um Brasil em “fase de construção” após eliminação vexatória na Copa diante de uma Argentina  que conservou a base vice-campeã mundial. A Argentina veio a campo com sete jogadores que atuaram na decisão da Copa do Mundo - incluindo Lionel Messi, que não defendia a equipe nacional desde aquela partida.

As fases do jogo: O primeiro tempo começou com a Argentina partindo para cima. Aguero pediu pênalti após ser derrubado por David Luiz. Em 20min, os argentinos já haviam finalizado seis vezes, contra nenhum da seleção.

Embora menos intenso no ataque, o Brasil foi mais produtivo. Diego Tardelli aproveitou vacilo na zaga argentina e chutou cruzado, rasteiro, abrindo o placar: 1 a 0, aos 27 min da etapa inicial.

A Argentina teve chance de empatar no fim do 1º tempo, mas Messi errou cobrança de pênalti. Jefferson pulou para a direita, acertando o lado cobrado.

No segundo tempo, o Brasil era melhor em campo. Felipe Luis e David Luiz perderam boas chances de gol. Neymar foi alvo de botinadas. Havia um rodízio de pancadas no camisa 10.

O segundo gol de Tardelli nasceu de um cruzamento de Oscar. David Luiz desviou a bola antes de Tardelli aparecer para marcar de cabeça.

Daí em diante, o Brasil controlou a Argentina com segurança na etapa final e ainda teve chances de fazer mais.

O melhor: Tardelli. Faro impressionante de gol. Não foi aquele atacante que apareceu muito. Mas decidiu nas duas vezes em que recebeu a bola na área.

O pior: Demichelis. Falhou feio no primeiro gol de Tardelli. Lento, não conseguiu acompanhar arrancadas de Neymar.

A chave do jogo. O Brasil estudou a Argentina. A seleção treinou bastante a saída da marcação pressão. O conhecimento prévio do rival fez diferença. Messi teve pouco espaço para criar jogadas.

Toque dos técnicos: Tata Martino montou um time equilibrado, com suas principais estrelas (Messi e Di María) jogando abertas, e apostou em marcação pressão no início. Dunga explorou os avanços ofensivos da Argentina. A seleção brasileira saía em velocidade após ser atacada e incomodava ,sobretudo com Neymar e Tardelli.

Para lembrar:

Chineses loucos por Kaká- A torcida foi um personagem à parte. Eles vibraram mais quando o Kaká levantou para aquecer, por exemplo, do que com os gols de Tardelli. O momento de maior barulho no estádio foi quando o Kaká entrou em campo, a dez minutos do fim.

BRASIL 2 X 0 ARGENTINA

Data: 11/10/2014 (sábado)
Local: estádio Ninho de Pássaro, em Pequim (China)
Árbitro: Fan Qi (China)
Auxiliares: Hio Weiming , Um Yuxin (China)
Cartões amarelos: Danilo, David Luiz (BRA); Mascherano, Fernández (ARG)
Gols: Diego Tardelli, aos 27min do primeiro tempo e aos 18min do segundo tempo

Brasil
Jefferson; Danilo, Miranda, David Luiz (Gil) e Filipe Luis; Elias, Luiz Gustavo, Oscar e Willian; Neymar (Robinho) e Diego Tardelli (Kaká)
Técnico: Dunga

Argentina
Romero; Zabaleta, Demichelis, Federico Fernandez e Rojo; Mascherano; Pereira (Pérez), Lamela (Pastore) e Di Maria; Aguero (Higuain) e Messi
Técnico: Gerardo "Tata" Martino