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Pellé desequilibra logo em sua estreia e dá vitória à Itália contra Malta

Do UOL, em São Paulo

13/10/2014 17h36

Aos 29 anos de idade e dono de um currículo conturbado, Graziano Pellé foi uma das surpresas da Itália que barrou Mario Balotelli. Nesta segunda, ele estreou pela seleção e mostrou por que foi tão discutido nas últimas semanas. Com oportunismo, boa atuação e um gol logo em seu primeiro jogo, ele garantiu o 1 a 0 dos tetracampeões mundiais contra Malta, fora de casa, pelas Eliminatória para a Eurocopa 2016.

A vitória deixa a Itália com nove pontos no Grupo H, empatada com a Croácia, que goleou o Azerbaijão. Os dois times devem disputar entre si o primeiro lugar da chave até o fim do torneio, já que os demais concorrentes, Bulgária e Noruega, também não são exatamente potências europeias. Pelo regulamento, os dois melhores avançam para a Euro, que será disputada na França.

A questão será medir forças com a Croácia de Modric, Rakitic e Mandzukic até o fim. Embora tenha acenado com uma seleção mais moderna, a Itália cada vez mais flerta com seu estilo tradicional de jogo. Graziano Pellé, destaque nesta segunda, casa com isso.

Já mais veterano, ele foi a surpresa da convocação de Antonio Conte, que havia testado um ataque com Zaza e Immobile na última sexta, contra o Azerbaijão. Nesta segunda, apostou em Pellé, artilheiro do Southampton no Inglês, e teve o resultado que queria, embora sem a performance esperada.

Fases do jogo:
A Itália que suou para vencer o Azerbaijão na última sexta foi basicamente a mesma que ganhou de Malta por pouco nesta segunda. Com um meio-campo povoado, a “Azzurra” teve dificuldade para abrir a marcação dos rivais e apelou naturalmente para os cruzamentos.

O que ajudou os tetracampeões mundiais foi a rapidez com que Pellé colocou o time à frente. Aos 24 minutos do primeiro tempo, depois de um bate-rebate na área adversária, o grandalhão do Southampton colocou a bola para dentro.

Foi um respiro natural para quem não sabe atacar muito bem, mas defende com precisão diante de um time com poucos recursos. Malta, é verdade, não se ajudou. Quatro minutos depois de Pellé abrir o marcador, a modesta seleção perdeu Mifsud, capitão do time, por uma entrada imprudente que lhe rendeu o cartão vermelho.

Com um a mais, a Itália teve o cenário que mais queria. Emoção só no segundo tempo, quando Bonucci também foi expulso. Ainda assim, o time se deu ao luxo de manter Pirlo no banco e só empurrar o 1 a 0 com a barriga até o apito final, sem grandes sustos.

Melhor: Pellé. Isolado no ataque, ele não foi brilhante, mas nem pretende sê-lo. Se a Itália ainda aposta muito em bolas aéreas, um centroavante alto (1,95 m) e oportunista cai bem. Logo na estreia, o artilheiro do Southampton fez o dele e mandou uma bola na trave, sendo decisivo para a vitória.

Pior: Meio da Itália. Mais uma vez, a proposta de um setor ágil, verdadeiramente criativo e fluido não funcionou. Verrati substituiu o veterano Pirlo e fez o time perder em qualidade nas bolas paradas, mas o problema não foi só ele. Florenzi, Marchisio, Candreva e Pasqual, seus companheiros na região, também acrescentam pouco brilho à equipe.

Chave do jogo: Oportunismo e posicionamento de Pellé, que logo na estreia mostra mais resultado que Immobile e Zaza, ainda muito tímidos na seleção para poderem substituir Mario Balotelli, até agora barrado pelo técnico Antonio Conte.

Toque do técnico: Pirlo voltou para a seleção pela relação que tem com Conte, seu técnico na Juventus nos últimos anos, mas o momento é de transição. Por isso, Verratti, do PSG, ganhou sua chance. Só que se o veterano brilhante não tinha feito o time jogar muito melhor, a jovem promessa, que atuou mais recuada em campo, fez menos ainda.

Para lembrar:
Cabeça-dependência:
Em três jogos, a Itália marcou quatro vezes nas Eliminatórias da Euro, três delas em bolas cruzadas na área. A insistência no lance contraria a proposta de um futebol menos pragmático, diferente da tradição do país, que as comissões técnicas da seleção tentaram implantar nos últimos anos.

Buffon: Segundo o Twitter @Misterchip, especializado em estatísticas do futebol europeu, o goleiro da Itália tornou-se o recordista de jogos em partidas da Eurocopa, contando a competição em si e suas Eliminatórias, com 48, um a mais que o francês Thuram.

Immobile na mira: Destaque do Borussia Dortmund no começo da temporada europeia, ele pode virar alvo dos críticos na seleção. O jovem atacante, aposta da seleção em transição, passou em branco de novo.